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Rastros de Silêncio

XI. Rastros de uma conspiração (Parte 2)

XI. Rastros de uma conspiração (Parte 2)

May 30, 2025

– Sábado –

[A caminho da universidade Liminares]

O sol surgiu e, assim, eles foram juntos à universidade. Ela não era tão distante do local onde viviam indo de transporte público, assim chegaram lá em uma hora. A Universidade Luminares era conhecida como um amplo complexo acadêmico moderno e acolhedor, com arquitetura elegante e jardins bem cuidados. Seus prédios combinavam design modesto e tecnologia para promover um ambiente de aprendizado inovador. Bibliotecas extensas, laboratórios ultramodernos e espaços de convivência refletiam um compromisso com a excelência e a criatividade.

Ao chegarem à entrada principal, que ficava à frente de uma avenida movimentada, a Universidade Luminares exalava um ar tranquilizador naquela tarde quente de primavera.

Miguel olhou para os prédios bem-cuidados da universidade, tão altos e brilhantes que pareciam alcançar um lugar perto do céu. Sentiu um aperto no peito e um zumbido no ouvido. Estar ali o fazia lembrar do pai. Quando criança, acompanhou-o inúmeras vezes para eventos, peças e exposições. Raziel sempre falava do valor da educação e de sua enorme paixão por ensinar. Agora, Miguel estava ali por um motivo completamente diferente: procurar pistas do desaparecimento do próprio homem que tanto o ensinou.

Assim, adentraram o campus, passando pelos jardins e pelos prédios modernos. Seguiram, então, para o prédio onde Raziel dava aula. O departamento de criminologia. Os corredores estavam mais vazios, preenchidos apenas por alguns alunos parados descansando e professores apressados indo para algum tipo de reunião.

A luz natural do dia criava sombras longas nas paredes de vidro. O lugar era familiar para Davi. Afinal, ele já estudou naquele mesmo prédio, mas agora tudo tinha um peso diferente. Ele estava ali para investigar o desaparecimento de seu antigo mentor.

"Parece que faz tempo..." Miguel sussurrou para si, imerso em melancolia, os olhos marejados enquanto fitava o nada.

"Não é uma situação muito empolgante, eu sei bem como se sente." Os olhos de Davi se fixaram nos de Miguel por um instante, com uma intensidade que não podia ser ignorada. Algo no jeito como ele olhava... Ele não era bom com palavras reconfortantes, mas esperava que Miguel entendesse aquele olhar de acalento.

Miguel apenas assentiu, respirando fundo antes de dar o primeiro passo para dentro do departamento. Ao entrarem, encontraram um espaço moderno onde alunos resolviam questões acadêmicas e acessavam informações sobre cursos e eventos. Próximo à recepção, havia um mural atualizado regularmente com notícias sobre investigações acadêmicas, publicações recentes e estágios.

Os visitantes eram geralmente recebidos por uma recepcionista. Para evitar qualquer complicação, combinaram fingir que Miguel era um aluno precisando de informações para um trabalho e que Davi era um jornalista fazendo uma pesquisa para um jornal online.

A recepcionista da sala de arquivos tinha um estilo alternativo: cabelo cacheado preto, olhos violetas, maquiagem marcante e roupas em preto e roxo. Usava acessórios chamativos e fones de ouvido, transmitindo uma vibe única. Quando viu os dois se aproximarem, olhou para eles com desconfiança.

"Olá, ah..." Miguel olhou para o crachá da atendente. "Bianca, onde posso obter acesso à sala de arquivos?"

"E por que exatamente vocês precisam disso?" Bianca perguntou.

"É para um TCC." Davi interrompeu antes que Miguel pudesse falar.

Miguel lançou um olhar de advertência para ele, mas antes que pudesse intervir, Bianca retrucou: "E você também vai fazer um TCC?"

"Haha, não. Sou jornalista de um jornal online e estou ajudando ele com isso."

Davi tirou do bolso do casaco seu celular e deslizou um documento pela mesa. Miguel reconheceu: era uma carta de autorização assinada pelo de Raziel Fernandes.

"Quando ele conseguiu isso?" Miguel se perguntou mentalmente.

Bianca analisou o documento, suspirou e ao olhar para os dois, entregou duas autorizações em pequenos cartões, apontando para um corredor estreito.

"A sala de arquivos fica no final do corredor. Não façam bagunça, beleza?"

"A gente não vai fazer bagunça, só onde for necessário." Davi piscou, mas a atendente apenas abaixou os olhos, indiferente.

Miguel suspirou, puxando Davi pelo braço, o mesmo, não pôde deixar de notar nos músculos definidos de Miguel, o jeito como sua regata destacava os ombros e como ele o puxava com uma confiança natural. O detetive riu sinceramente por dentro.

O caminho até a sala de arquivos era estranho. Seus passos ecoavam pelo chão, e a sensação de estarem sendo observados era difícil de ignorar. Miguel olhou discretamente por cima do ombro, mas não viu ninguém. Ainda assim, a tensão estava no ar.

Ao entrarem na sala usando os cartões dados por Bianca, o cheiro de papel envelhecido misturava-se com a umidade do ar, enquanto o som distante de um relógio de parede marcava o tempo com seu tic tac. O lugar era moderno, mas ainda existia uma sala tão empoeirada assim? A iluminação fraca criava sombras nas prateleiras lotadas de pastas e caixas de documentos.

Davi observava uma gaveta entreaberta, como se pressentisse que algo fora mexido recentemente, enquanto Miguel passou os dedos pelas prateleiras empoeiradas, sentindo a sujeira dos volumes antigos.

"O que tem nesse lugar, afinal?" Miguel perguntou, limpando as mãos sujas de poeira.

"Coisas como obras sobre criminologia, direito penal, psicologia forense e sociologia do crime, além de documentos históricos de processos judiciais e estudos criminológicos."

"Ou seja, um lugar que pode esconder informações há anos e agora mesmo... Se meu pai escondeu algo, deve estar aqui."

Davi balançou a cabeça. "Então vamos descobrir o que ele não queria que ninguém mais soubesse." Começaram assim a busca.

A sala de arquivos era como um labirinto, onde cada prateleira funcionava como um caminho que guardava segredos do tempo, esperando para serem desvendados.

O silêncio da sala era quebrado apenas pelo som de páginas sendo viradas e o farfalhar ocasional de folhas de papel. Eles haviam passado horas ali sentados à mesa folheando pastas, tanto que o sol desapareceu e a lua assumiu seu lugar.

Davi já estava com o cabelo mais bagunçado do que o normal e os óculos tortos. Miguel havia tirado o boné e amarrado o cabelo em um coque desleixado. A luz diminuía, os sons se abafavam e o cheiro de papel envelhecido se intensificava, como se o ambiente estivesse se tornando claustrofóbico.

"Ei, Davi... olha isso aqui!" A voz de Miguel estava baixa, mas carregada de tensão. Ele segurava páginas preenchidas com anotações apressadas. No topo, um título borrado deixava apenas algumas palavras legíveis: "alteração de documentos", "ocultar informações de criminosos" e "álibis forjados em consultas em uma clínica..." A última palavra estava riscada com força, como se alguém quisesse apagá-la.

Davi aproximou-se, e o perfume suave dele invadiu os sentidos de Miguel. Assim, o outro pegou as folhas e leu rapidamente, os olhos se estreitando.

"Hum... poderia ser a clínica do Dr. Breno?"

Miguel assentiu, sentindo o peso da descoberta.

"Meu pai estava investigando algo relacionado à clínica dele? Isso não pode ser só coincidência. Mas por que diabos ele sumiria por causa disso?"

A Universidade Liminares sempre se orgulhará de formar mentes brilhantes. Entre seus ex-alunos estavam Raziel Fernandes de Almeida, Jurema Souza, Fernando Costa e Breno Vieira, todos bem-sucedidos em suas respectivas áreas. Mas o que mais incomodava Davi e Miguel era que, agora, todos pareciam conectados ao desaparecimento de Raziel.

Davi não respondeu imediatamente. Seus pensamentos estavam a mil. Se Raziel havia descoberto um esquema ilegal na clínica, talvez estivesse sendo ameaçado. Ou pior...

"Por isso ele desapareceu voluntariamente?" sussurrou Davi.

Miguel franziu a testa. A ideia era absurda, mas... fazia sentido.

"Como se ele soubesse que estava em perigo? Se deixou isso aqui de propósito, esperando que ninguém encontrasse... ou que alguém fosse atrás?" disse Miguel, segurando os papéis com as mãos trêmulas.

O silêncio entre eles foi quebrado pelo som distante de passos no corredor. Miguel ficou tenso. Eles não estavam sozinhos ali?

Davi observou Miguel por um instante. Ele sempre mantinha aquele ar determinado, mas agora a tensão era visível em seu corpo. O peso daquela busca começava a aparecer. E Davi sabia que não era apenas sobre Raziel. Era sobre medo, sobre esperança, sobre não querer acreditar no pior.

Impulsivamente, Davi pousou a mão sobre a de Miguel, um gesto firme, mas sem pressa. Miguel piscou, surpreso, e seus olhos dourados encontraram os verdes de Davi.

"A gente vai achar ele, tá bom?" disse Davi, sua voz mais suave do que de costume.

Miguel engoliu em seco. Não era só uma promessa vazia. Davi não dizia nada sem propósito. O calor daquela mão contra a sua permaneceu ali, queimando mesmo depois que Davi a afastou lentamente. Mas Miguel sentiu. E quando Davi desviou o olhar, sem um comentário provocativo, Miguel soube que ele também sentiu.

Ele não disse nada, apenas soltou os papéis de seu aperto. "Valeu." Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto corado. O caso de Raziel continuava, mas um mistério diferente entre eles também começava a se desenrolar.

Davi passou a mão pelo rosto, como se quisesse dissipar algo, mas sua expressão logo ficou séria novamente.

"Acho que já dá para juntar as principais peças, né?"

"Meu pai sabia que tinha algo errado nessa clínica. E o Dr. Breno pode ter feito parte disso?" Miguel respirou fundo.

"Ou, pelo menos, sabe de algo."

O nome de Breno Vieira parecia ecoar entre eles, carregado de possibilidades perigosas.

"Então vamos até ele?"

"Tem outro jeito?" Davi arqueou uma sobrancelha e sorriu de canto.

"Claro que não. Direto ao ponto, né?" Miguel suspirou e revirou os olhos.

"Você tá começando a aprender meu estilo."Davi balançou a cabeça, mas um sorriso pequeno escapou antes que pudesse evitar. 

Um resquício da tensão daquele momento que eles haviam compartilhado antes, pairava no ar, mas nenhum dos dois parecia disposto a mencioná-lo agora. Havia um objetivo maior no momento. Sem mais hesitação, saíram da sala de arquivos. A decisão estava tomada. Se queriam respostas sobre Raziel, teriam que confrontar Breno Vieira.

Continua...
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