Os dois rapazes estavam sentados no chão da sala, Yuki fazia sua parte, cortando alguns pedaços de papelão enquanto Hinori o ajudava. Yuki puxa assunto após um momento de silêncio extenso.
Yuki: — caramba, vocês dois realmente fizeram boa parte do trabalho.. estou surpreso com isso.
Hinori: — eu não perco tempo.
“Bem, eu faço as coisas no último segundo. Porém ficam perfeitas..”
Ele diz internamente, Hinori gostava de usar o mínimo de tempo e esforço possível em qualquer tarefa que não fosse do interesse dele em sua antiga vida, trabalhos em grupo sempre foram um inferno para o mesmo. Acabava fazendo sua parte no último minuto, porém apresentou bem. Então não importava.
Yuki: — Você trabalha bem com a Kizuna, não é?
Yuki perguntou inocentemente à Hinori. Que na hora, parou completamente.
“Porra, ele falou o nome dela. Se essa conversa começar a ser sobre Kizuna, vou ter problemas. Ela pode estar fora por agora, mas corro o risco dela voltar na hora errada.”
Hinori pensou enquanto rapidamente mudou de assunto.
Hinori: — Eu sou bom com trabalhos em grupo, falando em trabalhos, você já fez aquelas atividades de matemática?
Yuki: — eu tentei, mas é realmente difícil.. você deve ser alguma espécie de gênio para gostar disso.
“Não vou negar que ser chamado de gênio é bom, independente de quem me fala..”
pensou antes de continuar
Hinori: — Mano, todo mundo tem alguma coisa em que é bom, na maioria das vezes essa coisa é do interesse dela.
“Com exceção de mim, acho que ser bom em ver anime e virar noites não se enquadra aqui.”
Yuki: — eu gosto de jardinagem, acha que é bobo?
Hinori: — não acho, jardinagem é uma ciência, querendo ou não, Você cria e manipula vidas da melhor forma possível
Yuki dá uma risada após ouvir o comentário.
Yuki: — eu deveria esperar esse tipo de comentário clínico vindo do professor das ruas.
Hinori ficou um pouco confuso e indignado.
Hinori: — Primeiramente, eu sou um garotinho puro como o trigo da manhã, e em segundo. Ninguém me chama de “professor das ruas”.
Yuki: — É claro que chamam! A turma inteira tem esse consenso sobre você, até eu que não falo muito com eles sei disso.
“Acho que meu modo de agir pode ter sido um pouco destacado demais. Ser chamado de mestre das safadezas é bem pior, acho que aceito o título atual.”
Hinori pensou enquanto os dois concluíram o trabalho, Só faltava a tinta. Na verdade, foi calmo demais até para Hinori, Kizuna já devia ter voltado, mas não iria reclamar disso.
Hinori: — Vish, tá ficando tarde já. Pode ir pra casa. Eu pego as tintas com a Kizuna e termino de pintar, beleza?
Yuki fica surpreso com a sugestão de Hinori, ao mesmo tempo em que queria ficar e ajudar, a proposta parecia tentadora para ele, como se tivesse pressa de chegar em casa.
Yuki: — Tem certeza? Você já fez tanta coisa.. eu iria me sentir mal e-
Hinori: — relaxa, qualquer coisa a Kizuna me ajuda. De qualquer jeito, é pouca coisa, pode ir tranquilo.
Yuki: — ok, valeu mesmo, Hinori!
O garoto diz antes de pegar sua mochila e sair pela porta da frente, se despedindo com um aceno de longe. Na mesma hora, Hinori sente uma sensação estranha de alguém o olhando por trás. Quando se vira e olha para uma das janelas, viu um vulto se abaixando rapidamente.
“Nah, deve ser coisa da minha cabeça. O anime não mudaria de categoria do completo nada, de romance para terror tem um pulo bem grande.”
Após isso, Hinori fecha a porta e dá um passo para frente, mas logo em seguida, alguém toca a campainha. Era Kizuna, com todas as tintas necessárias. A garota parecia um pouco ofegante.
Kizuna: — oi! Eu voltei… com as tintas..
Ela diz entre pausas para recuperar o ar. Hinori poderia questionar os motivos dela estar daquela forma, mas prefiriu se abster. Quando os dois estão terminando de pintar o protejo praticamente já completo, Kizuna comenta algo sobre a ausência de Yuki.
Kizuna: — e no final o Yuki não apareceu, não é?
Hinori: — apareceu sim, só que ele terminou a parte dele e teve que ir embora por causa de uma emergência.
A garota olhou por um tempo antes de falar algo bem baixinho, uma sutil expressão de desdém no rosto.
Kizuna: — como se as “emergências” dele fossem mais importantes que esse trabalho.. imagino com quem seja a emergência.
“Merda, realmente não posso deixar Kizuna se encontrar com Yuki… ou com Ayasa, nunca se sabe. Acho que Kizuna é o valor que zera a constante associada ao termo do final feliz de Yuki e Ayasa.. em outras palavras.. ela é a constante que zera a equação da minha vitória.”
Hinori concluí o monólogo mental enquanto Kizuna finaliza a pintura do trabalho artesanal, uma casinha azul com um teto preto. Ela parece muito doce enquanto olha com orgulho para o trabalho.
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