Hinori acordou calmamente em mais um dia, segunda-feira! Episódio cinco, tudo indo razoavelmente bem em um ritmo lento, mas constante. Ele havia evitado desastres no domingo, aproximado pouco a pouco os dois elementos principais, Yuki e Ayasa. Porém ao chegar na escola, fica completamente surpreso.

Hinori: — Não é… possível. 

Ele diz, enquanto andava em um corredor da escola, ela estava com uma decoração sútil nas portas. Corações recortados de papelão e pintados de tinta vermelha com o recado escrito no meio “caixa postal do cupido” não lhe era estranho. Ele conhecia a decoração. E sabia exatamente o que era. 

“Esse é o evento escolar da caixa postal do cupido. basicamente, os alunos escrevem cartas de amor e enviam para uma caixa postal geral. Onde são entregues para seus destinatários de forma anônima. Porém o problema maior é que esse evento acontece no episódio dez..”

O corpo de Hinori estava gelado, seus pés paralisados no chão do corredor, O evento escolar estava muito adiantado, Talvez suas interferências tenham causado isso. Mas isso não seria perfeito? Já que o objetivo do rapaz era adiantar as coisas, não era? 

“Merda. Esse evento era importante.. tipo, muito mesmo. Yuki receberia duas cartas anônimas, uma sendo de Ayasa e outra de Kizuna. Ele não saberia de quem eram, é claro. Porém iria conseguir diferenciar e identificar a carta de Ayasa por um detalhe no texto.. algo compartilhado só entre eles dois no período em que conviveram.”

O fato do evento ter sido adiantado significa uma coisa: Yuki e Ayasa ainda não possuem o nível de afinidade e conexão mínima para o evento da carta acontecer, caso esse evento passasse batido, não era mais garantido que os dois ficariam juntos. Nem mesmo após 12 episódios.

Hinori: — Na verdade.. nem sei se posso continuar contando com os eventos dos episódios a esse ponto.. estamos no episódio 5 ou 10? Porra..

O rapaz se apoia em uma das paredes próximas, se encostando nela. Enquanto pensa, Incomodado ao extremo. Até que alguém se aproxima. 

Yuki: — Hinori? Cara, você parece abatido. 

O garoto diz enquanto se aproxima, parando do lado de Hinori na parede. 

Hinori: — estou.. em uma espécie de beco sem saída.

Yuki: — como assim? 

Hinori: — é como estar em uma etapa da resolução de uma questão de matemática, onde você segue por uma linha de raciocínio e chega a um resultado absurdo muito longe do certo. 

Yuki olha para Hinori por alguns segundos antes de suspirar e repetir a pergunta.

Yuki: — como assim? 

Hinori: — ok, uma situação não está dando certo, eu tentei fazer ela funcionar, mas parece que faz o contrário, só para me frustar. 

Ao ouvir isso, Yuki consegue entender melhor. 

Yuki: — olha, eu não sei qual é a situação, ou se eu tenho capacidade de te dar um conselho sobre ela, aifnal, se nem mesmo você conseguiu sair dela ainda, quem sou eu para conseguir. Então vou te contar a minha experiência. 

Hinori se ajeita na parede, prestando atenção em Yuki, estava tão desesperado que até mesmo um conselho vindo de Yuki era útil. 

Yuki: — na jardinagem, a gente sempre planta as nossas sementes esperando que cresçam exatamente como desejamos, e quando não acontece dessa forma, podamos a muda. E ao fazer isso ela pode se deformar mais ainda no dia seguinte. Afinal, é um organismo próprio. Quanto mais você mexe nele, mais ele se mexe para evitar de ser mexido… é, eu disse que não ia ser útil-

Hinori: — é isso! Exatamente! Como não pensei nisso?! Obrigado Yuki! 

A cor de Hinori havia voltado para seu corpo, era como se seu espírito tivesse sido revigorado, ele pega Yuki pelo pulso e começou a correr pelo corredor, o fazendo correr junto.

Yuki: — ei cara, o que é isso?!

Hinori não responde, apenas continua desviando dos alunos no corredor.

“Sim, é como Yuki disse, a linha cronológica, o universo de coração de chocolate é um organismo vivo, ele reage quando é distorcido, se distorcendo como forma de contingência. Ele propositalmente adiantou o evento da caixa postal após eu ter acelerado um pouco o progresso 

Do casal principal, para os fazer perder essa chance. Estendendo o anime ainda mais!”

Yuki: — Hinori.. Hinori! 

O garoto tentava chamar a atenção de Hinori, o mesmo nem dava ouvidos, continuando sua corrida pelo corredor, Yuki forçadamente junto.

“Se o universo vai reagir a cada distorção que eu fizer para impedir o final prematuro, tudo que eu preciso fazer é..”

A dupla que corria pelo corredor finalmente se vê de frente para um grupo de garotas, que ficaram assustadas ao verem eles vindo na direção delas. No meio do grupo estava Ayasa. Faltando pouco para colidir no grupo com tudo, Hinori para abruptamente, Yuki, no entanto, teve sua velocidade desacelerada, porém não parou. Batendo em Ayasa, fazendo eles dois caírem no chão.

Yuki: — ah!

Ayasa: — ah! 

Hinori: — nossa! Vocês estão bem?! 

Hinori diz isso, porém não faz nenhum momento para tirar Yuki de cima da forma caída de Ayasa, os dois se olham fixamente por alguns segundos, seus rostos perto demais, até que levantam rapidamente.

Yuki: — m-me desculpa mesmo! 

Ayasa: — n-não, a culpa foi inteiramente minha, eu é que peço desculpas..

Yuki: — não, eu insisto, a culpa foi minha.. 

Yuki e Ayasa ao mesmo tempo: — como posso te recompensar por isso? 

Os dois ficam encolhidos, corados de vergonha, Em total silêncio. Aquela seria uma situação que não daria em nada, porém um roteirista sombrio não iria deixar.

Hinori: — bem, que tal os dois se recompensarem mutuamente? 

As garotas em volta concordam com a idéia do rapaz rapidamente, dando risadinhas, torcendo pela amiga. No curto período de tempo em que os dois estavam no chão, Hinori conseguiu se “enturmar” o suficiente com as garotas.

“O que acha disso? Universo. Se você vai pular para longe a cada avanço meu, eu irei avançar e te agarrar antes que possa reagir. É uma corrida de quem distorce mais, eu ou o próprio universo!”

Hinori pensa silenciosamente enquanto ele e Yuki saem de lá. As garotas vão embora com Ayasa para outro lado. 

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Yuki acabou indo no banheiro, Hinori segue sozinho para seu armário, querendo pegar um item qualquer de dentro. Porém, quando olha de relance para o armário de Yuki, vê uma cartinha pendurada pela ponta. 

“Não é possível! Kizuna? Sim! Provavelmente é dela, A mesma não veio para escola hoje. Bem, mas é uma distorção bem pequena, em? Senhor universo.”

Hinori pensou enquanto calmamente se aproxima, puxa a cartinha e verifica o destinatário. Ficando completamente surpreso.

Hinori: — que porra é essa? Essa carta é pra mim?! 

O rapaz rapidamente corre para um lugar isolado, para ler a carta. Não esperava nada romântico dela. E em certa medida, acertou. 

“Essa carta é para meu amor, que não está olhando para mim. Sempre andando com a pessoa errada, ao invés de me dar a atenção que mereço. Fiz algo para que essa carta fosse lida por essa pessoa errada, agora que leu isso.. saia de perto do meu amor, ou eu farei você sair desse plano espiritual.”

A caligrafia da carta é horrível. Parece que foi escrita com muita raiva. Hinori rapidamente entendeu do que se tratava.

Hinori: — puta merda… essa carta foi feita para o Yuki.. só que para ser lida por mim?!

“A Kizuna.. é dodói da cabeça??”

Ele pensou.

Na mesma hora, alguém chega pela entrada principal da escola. Se dando de cara com Hinori lendo a carta, Kizuna. 

Hinori: — AH.

Kizuna: — AH.

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