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Um anjo caído

Conhecendo a família

Conhecendo a família

Jan 03, 2018

 — Me ajuda! Eu preciso ficar bonito sem parecer que estou me esforçando — Marco choramingou.

— E deixar o cabelo brilhando com gel é muito discreto, né? Você vai entrar no mar. Vai bagunçar seja lá o que for que você fizer — Beatriz respondeu.

— Poxa! Muitíssimo obrigado!

— Marco, ele já gosta de você. Não precisa forçar nada.

— Agora sim: obrigado.

A irmã sorriu. — Podemos ir?

Marco tirou o gel do cabelo com uma toalha e assentiu.

Chegaram à praia e encontraram Miguel lhes esperando no calçadão.

— Oi, gente! — cumprimentou e abraçou Beatriz. Ele e Marco não sabiam o que fazer, então apenas apertaram as mãos. — Temos um probleminha: minhas mães vieram e querem conhecer vocês.

— Por que isso é um problema? — Marco perguntou.

— Bem, às vezes elas podem ser um pouco… Excêntricas. Aviso dado. Venham!

Os dois irmãos logo avistaram Laura brincando na areia com duas mulheres ao seu lado. Guiados por Miguel, aproximaram-se.

— Mães, esses são Beatriz e Marco. Essa é minha mãe biológica, Ana — apontou para a mulher mais alta. Ela era negra e possuía cabelos curtos e escuros como os olhos — e essa é Fernanda, mãe da Laura.

Fernanda era mais baixa que a esposa. Era ruiva e possuía olhos cor de mel, além de algumas sardas espalhadas por seu rosto.

— Prazer — responderam os irmãos.

As mulheres sorriram e responderam o mesmo.

— Sentem-se conosco — Ana pediu e recebeu um olhar repreendedor do filho. — Marco, o que achou da tatuagem de Miguel?

O dono dos olhos verdes se surpreendeu com a pergunta.

— Interessante. E bem bonita — respondeu.

— Que bom — Ana falou com um sorriso.

— Alguém quer mergulhar? — Miguel questionou com um tom de voz desesperado e um olhar ainda mais desesperado que implorava por uma resposta afirmativa.

— Sim! — Beatriz, Marco e Laura responderam.

— Eu só vou ter uma palavrinha com minha esposa e já vou tomar conta da Laura pra vocês poderem se divertir a sós — Fernanda disse.

O quarteto moveu-se e Miguel olhou para trás sussurrando um “obrigado” para Fernanda.

— Você tem que parar com isso — a ruiva falou.

— Agora não, tá bom? Me deixa em paz!

Fernanda suspirou pesado.

— Tudo bem, mas nós vamos conversar sobre isso em casa — afirmou e foi atrás dos outros. — Podem deixar comigo — disse ao alcançá-los e segurar a mão da filha.

O trio sorriu e foi para um ponto mais fundo do mar. Ficaram juntos por apenas alguns minutos. Beatriz inventou uma desculpa e deixou Marco e Miguel sozinhos.

— Desculpe por minha mãe. Mas lembre-se que o aviso foi dado.

Marco riu.

— Tá tudo bem. Não precisa se preocupar. Admito, foi uma pergunta estranha, mas tenho certeza que ela tem suas razões.

— Você é bem… Compreensivo. E não sei se é estranho ou não você não questionar.

— Eu também não — riu.

— Peço desculpas adiantadas pelo que elas ainda não falaram. Eu sei que vai ser constrangedor.

— Desculpas aceitas. Minha mãe já foi assim. Como não moramos juntos, consigo escapar dessas situações.

— Você mora sozinho?

— Não. Moro com minha irmã. Fica mais perto do meu trabalho, então eu resolvi morar com ela. Ao contrário do que eu espereva, minha mãe ficou super feliz. Começou a viajar pelo mundo pouco depois, mas nós ainda nos vemos frequentemente.

— Você trabalha em quê?

— Sou professor de Inglês.

— Sério? Eu dava aula de Artes. Será que já trabalhamos na mesma escola?

— Provavelmente não. Eu estava dando aula apenas em escolas de língua. Será minha primeira vez ensinando no Ensino Médio.

— Boa sorte. Você vai precisar se adaptar um pouco para conseguir lidar com adolescentes. Experiência própria! — riu.

— Pelo menos eu vou te ver por lá para receber umas dicas, certo?

— Não. Faz uns dois anos que comecei a dar aula particular.

A resposta não agradou Marco.

— Mas podemos nos encontrar em qualquer outro lugar. É só marcar — Miguel apressou-se em dizer. — E eu posso te dar dicas pelo celular. Você tem meu número.

— Que tal nos encontramos agora? Ok, isso saiu estranho. Enfim, conheço uma sorveteria muito boa aqui perto. Vamos?

Miguel sorriu e assentiu.

Os dois voltaram para o resto do grupo e vestiram as blusas. Comunicaram que iriam à sorveteria e Miguel implorou com o olhar para não deixarem Laura ir com eles. Fernanda compreendeu o olhar e deixou-os ir sozinhos.

— Será que já é amor? — Fernanda cochichou ao ouvido da esposa.

— Não, não é!

— Você acha que não é ou não quer que seja?

— Você sabe como ele ficou da última vez.

— Sim, mas não dá pra impedir pessoas de se amarem.

— Se for necessário, eu o farei.

— Ana, você viu eles. Os olhares, os sorrisos bobos e o rubor nas bochechas quando os olhos se encontram. Pensei que você de todas as pessoas pudesse identificar isso. Talvez eles ainda não definam seus sentimentos como amor, mas é o que é.

Ana bufou e foi brincar com Laura antes que iniciassem uma discussão no meio da praia e em frente da filha.

***

— Qual o seu favorito? — Miguel perguntou enquanto admiravam os diversos sabores de sorvete.

— Pistache.

— Pistache? — perguntou com as sobrancelhas erguidas.

— Qual o problema?

— Nenhum. Só pensei que você tivesse um gosto mais simples, como chocolate.

— É? E qual o seu favorito?

— Paçoca.

— “Pensei que você tivesse um gosto mais simples, como chocolate” — disse com um tom de voz agudo e mostrou a língua logo depois.

Miguel sorriu e também mostrou a língua.

Cada um se serviu e sentaram-se numa mesa fora do estabelecimento.

— Por que você não dá mais aula para o Ensino Médio?

— Estava complicado para mim. Minhas mães não podiam ficar sempre com a Laura, então eu resolvi dar aula particular. Assim posso tomar conta da minha irmã quando Ana e Fernanda não puderem. E você? Porque resolveu ir para o Ensino Médio?

— Não sei ao certo. Acho que eu precisava de um desafio — sorriu.

— E decidiu começar pelo nível mais difícil?

— Parece que sim— deu de ombros.

Quando o silêncio se fez ouvir, Marco repousou uma de suas mãos sobre a mesa. Poucos segundos depois, Miguel fez o mesmo. O dono dos olhos azuis foi receoso: esticou apenas o indicador e tocou a mão de Marco. Não havendo rejeição, envolveu-a por completo. Ambos sorriram e coraram, evitando contato visual logo de início.

A conversa seguiu meio tímida. O assunto foi livros, filmes e jogos.

No caminho de volta à praia, seguraram as mãos e pareciam transbordar felicidade.

— Lá vêm os pombinhos — Fernanda declarou ao avistá-los. Ana bufou e Beatriz sorriu.

Os dois rapazes mal chegaram ao grupo, Ana levantou-se num pulo e começou a arrumar as coisas.

— Estamos indo pra casa — falou ríspida.

— Já? — Laura perguntou desapontada.

— Sim, pequena. Temos que acordar cedo amanhã, esqueceu?

— Sim — disse fazendo biquinho.

— Mas é claro que o Miguel pode ficar mais um pouco se quiser — a ruiva interviu.

— Não, não pode. Somos uma família. Ficamos juntos.

Miguel suspirou pesado e soltou a mão de Marco.

— Desculpa. Depois eu te explico — falou e foi ajudar as outras a organizarem seus pertences.

A família se despediu e foi embora poucos minutos depois, deixando os dois irmãos a sós.

— Me conta tudo — Beatriz disse.

Marco sorriu bobamente e contou os nem tão emocionantes eventos que aconteceram.




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Marco e Miguel se encontram na praia e, ao que tudo indica, se apaixonam, Mas será que existe amor à primeira vista? E será que ele suporta o segredo de Miguel?
*As imagens da thumbnail e do banner NÃO me pertencem. Encontrei ambas no Google.
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