Mona agarrou-se ao travesseiro. Seus pensamentos a levaram a uma época longínqua, quando ainda era criança. Seus pais estavam com ela, e sua mãe não parava de acariciar sua cabeça. Ela repetia para a filha a seguinte frase:
"Não se preocupe. Vai dar tudo certo".
A garotinha Mona pegou na mão de sua mãe.
- Promete?
- Prometo.
A garotinha fechou os olhos e tornou-se a Mona adulta de novo. Ela ainda abraçava o travesseiro.
- Por que eu me lembrei disso?
Mona se levantou, caminhou para o minúsculo banheiro e escovou os dentes. Trocou de roupa e saiu do prédio sem tomar café. Suas memórias eram claras, mas aquilo podia ter sido apenas um sonho. Um sonho já vivido.
Andou até o final da calçada e esticou o braço, a fim de pedir carona ao táxi. De repente, sua bolsa caiu na rua e ela se abaixou para pegar. Quando levantou, notou um fato que ela sempre desconhecera: em frente ao prédio em que morava havia um hospital. E essa foi a última visão que teve antes de um carro passar sem notá-la na rua.
Dentro do hospital, deitada sobre uma maca, estava Mona. Uma enfermeira a olhava e dizia:
- Vai dar tudo certo.
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