Não havia como explicar, de modo exato, de que maneira Mona teria chegado ao local em que se encontrava. Sua memória estava turva e o cenário ao seu redor era fresco em sua mente.
Ao seu lado, estavam gigantescos vasos de barro e dentro deles cresciam folhas e raízes grossas, de um verde surreal e brilhante aos olhos de Mona. Estes pareciam exaustos, um tanto negros de noites mal dormidas ou gastas com esforço.
- Estou tão pequena... ou talvez o mundo esteja grande. - Mona punha-se na ponta dos pés, tentando em vão enxergar por sobre os vasos.
Resolveu subir. Ergueu os braços e alcançou a primeira "corda" encipoada que viu. Mona, então, colocou firmemente o primeiro pé e pôs-se a escalar. Segundo pé, segunda mão, primeiro pé, segunda mão...
"Vamos, só mais um pouco..."
Cada vez um passo, cada vez mais alto... Mona vislumbrava ofegante a sua vista. Parecia estar numa estufa ou jardim botânico. As folhas ao redor lhe pareciam chão: chãos que caíam e flutuavam por poucos segundos antes de atingirem o real chão.
"É uma queda e tanto, Mona..."
Já perto do topo, ela soltava o ar de modo sofrido e tinha em seu rosto uma leve mancha vermelha. Sua visão começava a falhar à medida que Mona criava calos nas mãos. De repente, sua perna escorregou e se prendeu a um espinho coberto por pequeníssimas raízes.
Mona estava suspensa e inconsciente. E então... a queda.
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