Em um passado não muito distante no mundo de Cerbera...
Como toda boa aventura, essa também começou numa taverna. A Taverna Três-Espadas é um lugar muito popular no reino de Arkieh, um lugar onde vão os mais famosos bardos para apresentar suas baladas e é frequentemente lotada pelos mais diversos tipos de gente.
No Festival da Carne, um dia reservado em toda Arkieh para comemorar a fartura do reino, a Taverna Três Espadas fica extremamente lotada.
No Festival da Carne deste ano estava diferente, a festa na taverna estava bem mais animada e com diversas atrações ao público, durante o teatro Corta-Vento, um elfo de olhos vermelhos e longo cabelo branco senta em um dos bancos do balcão da taverna:
— Ei, me vê mais uma caneca de cerveja, por favor!
— Claro! — disse o atendente da taverna.
Ele leva uma caneca de cerveja para ele.
— Fica por sete peças de ouro, senhor.
— Tudo bem! — o elfo paga o atendente. — Por curiosidade, qual seu nome?
— Me chamo Dante, e o seu?
— Meu nome é Haskel, trabalho para o império daqui do reino, como feiticeiro.
— Gosto muito de pessoas do império, ainda mais feiticeiros, você gosta desse trabalho?
— Gosto bastante, acho bem desafiador, adoro isso. E você, gosta de seu trabalho?
— Por incrível que pareça eu gosto bastante, aqui sempre está lotado, como hoje, e eventualmente acabo conhecendo várias pessoas boas, como você, ou ruins.
— Que tipo de pessoas ruins?
— Saqueadores, assassinos, entre outros.
Um homem encapuzado entra pela porta sem uma expressão facial e vai direto sentar-se à mesa mais distante de todas.
— Dante, você conhece aquele cara? — pergunta Haskel ao olhar para o homem.
— Conheço, o nome dele é Nemecko, ele é durão, mas é muito gente boa, bastante leal, mas a quem lhe convém.
— Ele parece ser bastante interessante, a julgar pelas armas, eu diria que é um guerreiro, estou certo?
— Não sei. — diz Dante olhando para as armas de Nemecko e limpando os copos da taverna. — Mas com certeza não é alguém que você queira como inimigo.
— Interessante.
Haskel se levanta e vai em direção à mesa que Nemecko está sentado, puxa uma cadeira e senta-se à mesa com ele.
— Olá, qual seu nome? — disse Haskel em tom sério.
— Oi, primeiramente, qual o seu nome? — responde Nemecko também em tom sério.
— Me chamo Haskel, trabalho para o império de Arkieh, como feiticeiro.
— Me chamo Nemecko, meu trabalho é independente, sou leal a quem me convém, e eu já trabalhei com esse rei aqui de Arkieh, e digo, não é alguém que eu seria leal com ele.
— Por que?
— Não deveria te falar disso. Mas enfim, mudando um pouco de assunto, eu tenho uma proposta caso queira aceitar.
— Que proposta?
— Conheço um grupo de caçadores de monstros muito famoso em toda Cerbera, e se quiser se juntar com eles, eu te ajudo, se não quer, pode trabalhar comigo, você será extremamente bem recompensado.
— Qual seu trabalho?
— Eu faço justiça com minhas próprias mãos e espadas, aceita trabalhar comigo?
— Vou pensar no seu caso, mas acho que sim, te dou uma resposta até a quinzena seguinte.
— Tudo bem, você não irá se arrepender de absolutamente nada. — disse Nemecko se levantando da mesa e indo embora da taverna.
— Parece que ele entrou aqui só para conversar comigo e foi embora. — pensou Haskel voltando a sentar na cadeira do balcão.
— O que conversaram? — disse Dante.
— Uma coisa bem interessante.
— Já imagino o que seja, Haskel. — Dante olha no fundo dos olhos do feiticeiro. — Olha cara, não deixe que um rei qualquer te faça desistir daquilo que você mais quer na vida, eu sei que você quer isso, Haskel, vai lá. Nemecko é bastante durão, mas como eu percebi, ele veio aqui só para falar com você, ou seja, valerá a pena esse trabalho.
— Eu realmente quero, mas irei pensar no caso.
Haskel deixa a taverna e vai em direção à sua casa para descansar, chegando em sua humilde casa, o feiticeiro se depara com uma flecha cravada na porta com uma carta na ponta, que dizia:
“Gostei de você, me encontre amanhã na frente do mercado Duas-Cabeças assim que o sol nascer, temos muitos assuntos a serem tratados, se não aparecer lá, as consequências virão à tona, Haskel.
O cara da taverna.”
Haskel nem conseguiu dormir direito, estava pensativo demais, mas não podia esperar para o momento que o sol nascesse, algo lhe dizia que ele não podia perder a oportunidade que Nemecko iria propor à ele.
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