Era uma vez, em meio a florestas vastas e bosques fechados, existiam seres mágicos, personagens fabulosos que para os humanos, seriam apenas mitos e lendas, ou algo que só se enxergaria através das orações aos deuses maiores.
Naquela região, também era moradia das dríades, das ninfas, bruxas; ás ninfas, gostavam de festejar, ouvir boa música, dançar e louvar aos deuses. Foi num desses festejos que Luneas, o bardo mais talentoso daquelas bandas, se apaixonou por uma dríade chamada , “Irís”. Luneas era conhecido por ser extremamente talentoso afiado na arte de compor, cantar, dançar e recitar versos. Diziam que ele fora abençoado pelos deuses, que o som de sua harpa teria sido abençôada pelo deus Apollo, e que as musas do olimpo o agraciava constantemente com suas inspirações. Verdade ou não, tudo que sabiam e que poderiam afirmar, era que de fato era um jovem muito talentoso e carismático.
O bardo estava sempre viajando, em meio a multidões, nas praças e em outros locais públicos. Ele se apresentava para todos, dos povos mais carente á corte e burguesia. Não importa, ele só queria mostrar sua arte, o que lhe encantava e dava motivação para viver. Foi numa dessas viagens que ele descobriu que em meio aos bosques, existiam as ninfas, dríade e os outros povos da floresta. Enquanto descansava, ele tocava sua harpa, cantava e recitava poesias, foi daí que Luneas chamou a atenção do povo da floresta para si. Ás ninfas o ouviram tocar e todos se encantaram com aquela melodia, e pediram que o bardo tocasse seu instrumento para que pudessem dançar, e assim o fez.
Em meio aos festejos e alegria, enquanto dançava e tocava sua harpa, os olhares de Luneas e Íris se encontram e de imediato, eles se apaixonaram um pelo outro. Depois da troca de olhares um novo amor surgiu, e a partir daquele momento, passaram a viver juntos e ìris passou a ser sua musa inspiradora, a dríade era agora o motivo das suas belas composições e da bela harmonia do seu instrumento.
Passaram-se algum tempo, o amor de Luneas e Íris crescia cada vez mais, o bardo continuava a tocar sua música e a recitar suas poesias para o povo feérico que viviam na floresta. Ás vezes saia pelos reinos para mostrar um pouco de sua arte, mas sempre estava de volta para sua amada.
Infelizmente nem tudo é perfeito... Onde o amor e a alegria reina também existe espaço para a raiva e a inveja, e entre o amor do bardo e a dríade, infelizmente não seria diferente. Uma bruxa chamada Morgana convidou Luneas para tocar sua música num ritual da congregação da qual ela era a líder, mas o bardo recusou o seu convite, e tomada pelo ódio a tenebrosa bruxa amaldiçoou a árvore mágica que a Íris está ligada a ela.
- Se recusas a aceitar meu pedido bardo insolente? Então tirarei de tu o que mais ama o ser feérico pelo qual teu coração se apaixonou. – Morgana rasga seu braço esquerdo e lança o sangue que derramará, nas raízes da árvore que rege a dríade. Uma luz escura tomou conta de toda árvore, e ìris desmaia nos braços de seu amado.
- O que você fez sua bruxa asquerosa? – Luneas chora desesperado com sua amada em seus braços. A bruxa some em meio a risos e gargalhadas.
Vendo tudo que está acontecendo, os seres mágicos da floresta vão até o casal de apaixonados para ajudar a íris, algumas fadas tentam ajudá-la removendo o feitiço mais não tiveram êxito. Foi então que uma ninfa apareceu e disse conhecer o que fora jogado na dríade...
- O patrono que aquela bruxa faz sacrifícios é a deusa do submundo, Perséfone. Se quiser salvar sua amada, terá de ir até o submundo e trazer de lá as sementes de uma romã concebida por sua rainha. Sinceramente nem sei se alguém conseguiria essa proeza, mas é o único jeito.
- Então eu irei! – falou o bardo de forma decisiva. – Para salvar Íris iria até o monte olimpo! Irei até o submundo e trarei a cura e salvarei sua vida!
As ninfas ali presentes se juntaram e com suas magia, abriram um portal que levará Luneas até o mundo inferior. O bardo atravessa o portal, um grande clarão se faz após sua passagem e em questão de instantes, ele passa a está no mundo inferior.
Tudo é meio escuro e silencioso onde Luneas está agora... Tudo parece triste e sem sentido e além do sentimento que o fez ir até ali, tinha agora de lidar com uma sensação de vazio, foi quando ele decidiu tocar sua harpa, usar sua arte para escapar um pouco de todos aqueles tristes sentimentos.
Luneas começa a caminhar, seguindo o caminho tocando sua música quando ao longe ver a figura de um grande cachorro de três cabeças guardando um grande portão. Espíritos passavam pelo portão, mas não saiam.
- Então esse é cerberus, o cão que guarda o inferno... Ele é mais assustador do que dizem as lendas.
O bardo estava com medo, tudo ali era fora da sua realidade, mais o seu amor e sua vontade de salvar Íris, era maior que todo medo que ele viesse a sentir ali.
- Sempre ouvir dizer que os deuses e as musas me inspiravam e que a minha harpa fora abençoada pelo deus Apollo; agora mais que nunca eu preciso dessa benção. Então se for verdade, eu te suplico a maiores das melodias Apollo!
Luneas então continuou sua caminhada até o portão. Ao ver o bardo se aproximando, cerberus começa a latir contra o invasor. As três cabeças soltam sons estridentes em uníssono! E então o invasor, começa a tocar sua harpa, fechando os olhos os seus dedos dançam em meio as cordas de seu instrumento, emitindo um som semelhante a uma canção de ninar. O guardião do portão ao ouvir aquela musica, começa a se acalmar, aos poucos os sons emitido por aquelas cabeças começam a baixar, até que em alguns minutos, cerberus esta no chão dormindo, como se fosse um gatinho inofensivo.
Com calma e passos leves, Luneas caminha e passa pelo portão e seu guardião, e vai seguindo sua jornada. Ele caminha tocando sua harpa, e parece que isso faz com que algumas coisas não chegassem até ele... Parece que estava completamente protegido.
Após muito caminhar, ele chega até um rio: como tudo que ele virá ate ali, todo ambiente era escuro, a água do rio era suja e cheirava mal. Cadáveres nadavam em desespero, alguns ossos flutuavam sobre o rio.
- Aqui deve ser o rio Aqueronte, guiado pelo barqueiro Queronte que leva os mortos até o deus Hades...
Luneas passou um tempo ali, até que viu ao longe um barco se aproximar, e uma figura com um grande manto negro que cobria todo seu corpo se aproximar. Ele remava o barco de forma lenta, mais assustadora. Ao se aproximar do bardo, o barqueiro estendeu sua mão, o viajante lhe entregou uma moeda de ouro; se as lendas estivessem certa, aquilo pagaria sua viagem até o outro lado. Queronte virou o corpo de lado, como se estivesse dando passagem pro Luneas subir no barco, e assim ele o fez.
Passou-se um certo tempo, e o barqueiro parou numa margem do rio, ao longe Luneas avista um castelo, e caminha até lá. Ao chegar a sala do trono, ele ver duas figuras sentadas ao trono: O deus Hades e a sua direita sua esposa, a deusa Perséfone.
- O que deseja aqui no mundo dos mortos, estando vivo criança ínsolente? - O bardo se ajoelha mostrando respeito ás divindades ali presentes.
- Tive o desrespeito de pisar em seu reino porque quem eu tanto amo, poderá está a caminho daqui, mais de forma precoce e nada justa, senhor!
- Recebemos os mortos, não importa os motivos de suas passagens.
- E como podemos te ajudar, caro mestre das poesias humanas? – interveio a deusa Perséfone.
O corajoso bardo começa a passar os dedos pelas cordas da sua harpa...
Eu vim aqui vos falar
Quem eu tanto amo
Pode nem estar lá
Quando eu voltar
Por causa da inveja
Minha amada pereceu
Estava já tão pálida
Parecia que até morreu
Rainha Perséfone
Veja o que vou lhe pedir
As sementes da sua romã
Para me fazer feliz
Talvez para a senhora
Isso não seja nada
Mas para mim
Significa a vida da minha amada!
Comovida pelas palavras do jovem bardo, junto o som harmonioso e triste de sua harpa a rainha enfim respondeu:
- Vejo que tua historia é sincera e triste caro bardo, vou te conceber seu pedido. Contudo, quero algo em troca...
- E o que seria vossa majestade?
- Desejo em troca, que me de sua inspiração; a que você usa para compor suas belas canções, a que faz suas palavras comoverem até os deuses. Contudo, a terá uma vez por ano, desceras até o submundo e recitará suas poesias e cantara tuas canções para mim. – Ela desse do trono e estende sua mão para ele com uma romã.
Luneas não pensa muito, e aceita o acordo.
- Tudo bem, senhora! Assim será feito, desde que eu possa salvar a vida da minha amada Íris. – Ele estende sua mão e pega a romã.
Depois que a troca foi feita, um brilho se ergue atrás dele e ele volta até a floresta. Chegando lá, ele se depara com uma grande comoção das ninfas e os outros seres da floresta. Desesperado ele corre e ver que íris esta quase morta. Ele então tira algumas sementes do fruto que foi lhe dado, e entrega a sua amada junto de um beijo.
Íris então acorda e ver diante dos seus olhos, o rosto do seu amado.
- Você conseguiu! Muito obrigada por tudo, eu vi em meus sonhos tudo que você teve de passar, te amo!
Luneas levanta sua amada de onde estará deitada, as ninfas começam a cantar e dançar. Todo povo o povo da floresta começam a se movimentar, e uma grande comemoração se inicia, todos comemoram dançando e rindo. Luenas não tem mais sua inspiração para criar, mas terá sua amada ao seu lado até verdadeiramente os deuses os chamar.
Fim!
Autor: Poliphilo
Instagram: poliphilo_oprincipe_poeta
Arte de capa: Juliana Mendes da Costa
Instagram: Juliana_mendesdacosta
Comments (0)
See all