Lyle se levantou com calma para não acordar Azel e se dirigiu até a porta com seu cabelo bagunçado.
— O que disse? — indagou Lyle com voz de sono.
— O senhor Miguel me pediu que viesse busca-lo. — respondeu o guardar.
— Onde ele está? — disse Lyle saindo do quarto e fechando porta.
— Ele pediu que você fosse a sala do trono.
— Estou indo.
Lyle saiu correndo em direção a sala do trono mas o sono não o deixava enxergar direito até que se esbarrou com Joana que estava com uma das empregadas na curva de um dos corredores.
— Ai! — exclamou Joana.
— Desculpe Joana, eu não te vi. — disse Lyle ajudando Joana a se levantar.
— Não tem problemas, mas por que você ta acordado tão cedo?
— Um dos guardas me disse que Miguel e Cytuz querem falar comigo. — disse Lyle com tom sério
— Vou com você. — respondeu Joana séria. — Continuamos nossa conversa depois Garen.
— Sem problemas.
Lyle olhou bem para Garen e apesar de suas roupas ele sentia que já havia encontrado aquela mulher alta de cabelos azuis em algum lugar, aquele perfume doce não era estranho.
— Posso te pedir um favor Garen? — Indagou Lyle
— Claro senhor Lyle.
— Me chame apenas de Lyle por favor. — respondeu Lyle. — Leve algo para Azel comer em meu quarto.
— Irei providenciar, Lyle. — respondeu Garen.
Garen saiu andando deixando Joana e Lyle para trás, mas quando Lyle olhou para Joana, Joana estava com um rosto desconfiado.
— Azel está no seu quarto? — indagou Joana
— Bem... Sim, ela dormiu lá essa noite.
— Entendo. Vamos! — exclamou Joana emburrada.
Lyle seguiu o caminho até o salão principal atrás de Joana, ele sentia que o clima não estava bom para palavras mas ao subirem as escadas decidiu arriscar.
Joana... Como está Lilia?
Joana parou no meio do caminho olhando para trás triste.
— Ela está bem melhor... Espero que isso não vire um trauma. — respondeu Joana com a voz triste. — Mas ela disse algo estranho na enfermagem.
— O que ela disse? — indagou Lyle inquieto.
— Que te protegeu.
— Me desculpe Joana... Eu ainda sou fraco. — disse Lyle abaixando a cabeça.
Joana deu alguns passos para perto de Lyle.
— Não se culpe por coisas assim. — respondeu Joana sorrindo. — Ninguém poderia ter evitado.
— Entendi.
Lyle e Joana seguiram seu caminho até o trono, chegando lá o que viram foi os três arcanjos. Miguel segurava as correntes das algemas de Cytuz e Gabriel e Rafael estavam com um semblante sério.
— O que este maldito faz aqui Miguel? — indagou Lyle.
— As coisas pioraram Lyle...
— O que você quer dizer com isso senhor Miguel? — indagou Joana.
Lyle estava tão focado na presença de Cytuz que não percebeu o que vinha correndo em sua direção.
— Lyleeeee!
— O-O quê?
Lyle havia sido atingido por algo e caiu de costas no chão, mas ao abrir os olhos teve uma surpresa.
— Lilia?
— Irmão Lyle! — respondeu Lilia sorrindo.
— Me desculpe Lilia... Eu devia ter chegado mais cedo.
— Não tem problema, olha. — disse Lilia erguendo a manga de sua pequena túnica. — Não tem mais manchas de queimadura.
Nessa hora Lilia olhou ao redor e viu Joana em pé com um sorriso no rosto.
— Irmã Joana. — disse Lilia abraçando.
— Lilia... — respondeu Joana a abraçando forte.
— Irmã Joana? — disse Lilia confusa.
Lyle olhou para Gabriel que estava com um sorriso no canto do rosto e entendeu que Gabriel havia feito algo para curar Lilia, mas ao olhar para Miguel percebeu que o assunto que o levou ali era realmente sério. Lyle se levantou arrumando sua roupa.
— Então Miguel, o que me trouxe aqui? — indagou Lyle.
— Cytuz era um dos capachos da Cúpula. — respondeu Miguel com seriedade.
— Eu já imaginava, um covarde como esse não poderia derrotar um espectro.
— Mas tem algo mais sério que me preocupa...
Miguel ficou em silêncio e Cytuz acorrentado começou a sorrir, então Gabriel decidiu falar em seu lugar.
— Lyle... A vida está cooperando com a Cúpula. — disse Gabriel.
— Com vida você quer dizer...
— Sim, a irmã de Azel é nossa inimiga! — exclamou Gabriel.
— M-Mas porque ela faria algo assim? — indagou Joana.
— Ainda não sabemos mas conseguimos tirar algumas informações desse monstro. — respondeu Miguel.
Cytuz abriu ainda mais seu sorriso e olhou fixamente para Lyle.
— Eu monstro, Miguel? HAHAHAHA você mesma viu minha querida Joana.
— Do que você esta...
— Não minta para si mesma Joana! — exclamou Cytuz. — O único monstro nessa sala é esse maldito humano!
Lyle abaixou sua cabeça e olhou para suas mãos se lembrando da noite anterior.
— Cala a boca! — gritou Joana. — Você machucou uma criança inocente, o monstro aqui é você.
— Sobre isso que queríamos conversar. — disse Rafael
— Cytuz nos disse que a Cúpula está atrás das virtudes. — disse Miguel
— Vocês são arcanjos, não podem defender as três? — indagou Lyle.
Miguel olhou para Gabriel e Rafael e respirou fundo antes de falar.
— O que vou te contar agora Lyle e Joana, é um segredo que apenas Deus e os arcanjos conhecem.
— Sou todo ouvidos. — respondeu Lyle.
— Certo. — respondeu Joana.
— Existem sete virtudes e quatro delas estão desaparecidas.
O silêncio tomou a sala mas Rafael decidiu falar.
— Precisamos que as encontre antes da Cúpula.
— Irei com duas condições.
— E quais seriam? — indagou Miguel
— Protejam Rilia, Gilia e Lilia. — disse Lyle. — e a segunda é... não digam a Azel que a irmã dela está envolvida.
Nesse momento a porta da sala do trono abriu e era Azel, ela havia ouvido tudo que Lyle disse.
— Não se preocupe Lyle, tudo que preciso fazer é bater nela até ela voltar a si! — exclamou Azel com sua foice apoiada em seu ombro.
— E-Ei o que você fez com essa foice? — indagou Joana.
— Eles não queriam me deixar entrar então... bati neles. — respondeu Azel sorridente.
Lyle passou a mão na cabeça e respirou fundo.
— Pelo jeito você não muda. — respondeu Lyle com um sorriso.
Gabriel ao ver o sorriso de Lyle se lembrou de anos atrás.
— Ao menos seu sorriso continua gentil como sempre. — sussurrou Gabriel
— Já que estão todos aqui vou entrega-los isso. — disse Miguel.
Au au
— Que bonitinho senhor Miguel! — Gritou Lilia. — Eu quero um.
— O que eu faço com um cachorro? — indagou Lyle confuso.
— Você vai viajar no passado. — disse Miguel. — Esse cachorro sente a presença das virtudes e se move para o tempo em que elas estão.
— Se juntem os três, vou manda-los para época da primeira virtude. — disse Rafael
Lilia ao ouvir isso puxou a camisa de Lyle.
— Irmão Lyle... você vai embora de novo?
— Não se preocupe, dessa vez eu volto rápido. — disse Lyle fazendo carinho no cabelo de Lilia. — E também te trago alguns doce.
— Certo! — respondeu Lilia sorrindo. — Traga para Gilia e Rilia também.
Azel e Joana passaram primeiro mas quando Lyle passou por Cytuz que estava calado com a cabeça baixa ouviu um pequeno sussurro.
— A morte lhe trará desgraça. — sussurrou Cytuz.
— Que assim seja, a morte agora é importante para mim. — respondeu Lyle.
Lyle, Azel, e Joana se reuniram no centro da sala com o pequeno cachorro nas mãos quando alguém chegou.
— Olá
— Ela irá com vocês, uma das minhas servas. — disse Rafael
— Garen? — Exclamou Joana.
— Vou com vocês Joana. — respondeu Garen sorrindo.
— Vamos logo com isso. — disse Lyle
Quando Garen se reuniu no centro, no chão se formou um circulo com runas que começaram a brilhar.
— Traga a virtude Lyle. — disse Miguel. — O futuro depende de você.
— Voltem vivos, todos do paraíso já os ama. — disse Gabriel sorrindo.
— Aonde você vai está a Gula, tome cuidado. — disse Rafael.
— Só protejam as pequenas e deixem os fantasmas que eu trouxe viver no céu. — respondeu Lyle.
— Uhuuu, uma nova aventura! — exclamou Azel.
— Que tipo de lugar será? — indagou Joana.
O circulo no chão se formou por completo e fez um pequeno barulho.
Plim!
— Boa sorte, até mais para todos. — disse Rafael.
Shimmmmm... Puff.
Um enorme pilar de luz se formou e de repente sumiu.
— O que acham? — indagou Rafael.
— Eles vão conseguir. — respondeu Miguel e Gabriel em coro.
Um portal se abriu no meio de uma rua e todos caíram.
— Ai! Ei cãozinho não poderia ter sido mais suave? — disse Garen
— Au au.
— Q-Quem s-são vocês. — disse um homem estranho vestido de detetive.
— Senhor poderia nos dizer onde estamos e em que ano? — indagou Joana.
— 1888, Londres. — respondeu o homem ainda assustado.
— E quem é você? — indagou Azel olhando fixamente.
O homem respirou fundo para se acalmar antes de responder.
— Prazer senhorita, sou... Sherlock Holmes.
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