- Obrigada… obrigada por esperares e aceitares como eu sou. – disse a rainha.
- A espera e a aceitação é uma das muitas formas do amor. – disse a mulher dos cabelos cor de lua. Ambas se dirigiram para o jardim do castelo.
- Sabes qual é o verdadeiro amor para mim? – disser a mulher. - É quando aceitas o teu lado escuro do teu ser. Finalmente dás a mão e aceitas tal como tu és. Perdoas e incluis ela na tua vida, sabendo que o teu lado escuro um dia vai falhar, vai magoar-te, mas tu sabes que estás lá para ela e levantas quando ela falhar. Um dia ela levanta-te quando alguém te magoar. Porque no fim do dia, muitos só tem a sua própria presença. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Só terás tu como companhia nas horas frias da vida.
Ambas olharam uma para a outra, ficaram em silêncio, há coisas não é preciso ser comentadas. Finalmente despertaram dos seus próprios pensamentos. Deram as mãos e contemplaram as estrelas com a lua a brilhar radiante por ver mais um final feliz.
- Minha rainha do meu pequeno coração, um dia as nossas memórias vão para a vastidão do Universo, e quando os nossos olhos se transformarem em estrelas, juntaremos cada átomo e criaremos um lugar só nosso.
- E como vais fazer isso? – perguntou a rainha confusa.
- É segredo. – disse ela, olhando-a a sorrir.
O tempo passou. A Vida as fez separar como manda a lei natural da vida. Eventualmente, os seus olhos transformaram-se em estrelas reluzentes no céu, mas o Universo não ficou por aqui com a história delas. Algures numa galáxia longínqua, ele criou dois lugares onde reside um espírito único com a cor dos cabelos da Rainha sem Coroa e um outro lugar onde reside o espírito paciente da mulher com os cabelos cor de Lua. São lugares bem conhecidos e estão nas bocas do mundo atual. A Rainha sem coroa, atualmente, chama-se Terra, e não está sozinha como era de esperar. Pelo menos a Vida foi simpática e ofereceu à Terra a sua amada Lua para fazê-la companhia, até um dia elas voltarem outra vez ao Universo.
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