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Hirugard - A Busca Pelos Tesouros Sagrados

Página 4 - Conhecimento Mágico

Página 4 - Conhecimento Mágico

Nov 29, 2023

Sentoki acordou e se levantou, sentindo-se revigorado do combate da noite anterior, e viu que Ashi ainda dormia profundamente, decidiu não acordá-la. Sentia um pouco de dor nas costas por dormir no chão duro, mas tentou ignorar. Caminhou até a porta, mas voltou quando escutou a voz de Ashi, gemendo de dor. 

- Ei Ashi, você tá bem? - Ele perguntou preocupado. 

- Sim... Só um pouco cansada e sonolenta... - Ashi estava com uma voz fraca. 

Sentoki se aproximou percebendo como ela estava pálida, se ajoelhou e pôs a mão na sua testa, e sentiu um calor muito forte. 

- Você tá com febre... Tem algum remédio na sua bolsa? 

- Não... Não se preocupe comigo, isso é normal... - Ela fechou os olhos e parecia enfraquecida. 

- Normal? Como pode falar uma coisa dessas? Isso é comum nesse mundo é? - A preocupação no seu rosto era visível. 

- Não foi o que quis dizer. É o resultado do uso de magia...

- Magia? Quer dizer aquilo que fez o monstrengo gigante ficar paralisado ontem à noite? - Ele se sentia meio perdido. 

- Sim, aquela magia chama-se “palavra de poder”. Dou uma ordem e a pessoa que escutar obedece. 

- Que poder... Mas você não poderia ter mandado ele se matar? E como que a magia te deixou tão mal assim? 

- Não dá pra pedir pra alguém se matar assim, nem mesmo magia é capaz de influenciar um ser vivo a tirar a própria vida. Se existir alguma magia assim, ela deve ser extremamente poderosa e perigosa. - Ela parou por alguns segundos. - Quanto à minha fraqueza, bom é esse o preço que a magia cobra dos que usam ela sem cuidado... - Ela estava com um olhar distante, reflexiva. 

- Entendo, então não vou pedir pra me ensinar a fazer aquilo. - Ele abriu um sorriso tímido, não conseguia esconder sua preocupação. 

- Nem pense nisso, precisamos focar na nossa missão, não da pra perder tempo, ugh. - Ela tentou se levantar, mas estava fraca demais. 

- Calma aí, não vamos sair daqui até você melhorar, vou sair e pegar algumas ervas e logo você vai melhorar ok? - Seu rosto estava sério. 

- Não precisa Sentoki, vou melhorar logo, só preciso descansar. - Ela sorriu, mas o sorriso parecia falso. 

- Não diga bobagem Ashi, não vou demorar. E não se preocupe, de dia e com uma arma nenhum goblin me assusta, heheheh. - Ele se levantou e saiu da casa correndo e sem olhar pra trás. 

A ninfa nem sequer teve tempo de dizer alguma coisa. Continuou olhando pra porta, sem dizer nada, “tolo”, ela pensou. Fechou os olhos e tentou descansar a cabeça novamente, sentia uma enxaqueca muito forte. 
Sentoki caminhou pelo pequeno vilarejo, procurando primeiramente por coisas que pudessem ser úteis nas casas, mas não encontrou nada que interessasse. Depois foi pra borda do lugar, procurando algum tipo de erva crescendo na grama, mas não encontrou nada além de mato. Voltou mais um pouco pelo caminho que usaram, até a entrada da floresta, até se tocar que não conhecia nenhum tipo de erva medicinal desse mundo. Pegou algumas ervas no chão que pareciam diferentes e algumas folhas de árvores de frutos, pegou também algumas das frutas que tinha comido noutro dia, e então voltou para a casa. 

- Cheguei Ashi. Trouxe umas plantas e ervas, alguma coisa deve ser útil. - Ele entrou, carregando várias folhas, ervas e frutas. 

- Fale mais baixo, por favor. - Ela falou, irritada. 

- Oh, desculpe... Trouxe algumas coisas, acho que serão úteis. - Ele se aproximou dela e colocou as ervas que achou no chão. - Sabe dizer qual erva é qual? Eu não sabia, então trouxe várias diferentes. 

- Muitas delas só servem pra fazer chá, mas são úteis pra outros problemas. Mas aprecio as frutas, chamam-se de Lamoure, ou fruta do amor, por serem vermelhas, doces e azedas, sabia dessa? 

- Comi algumas delas antes, mas não sabia como se chamavam. Gosta delas? 

- Sou indiferente ao sabor, mas são boas pra revigorar o ânimo abatido e o cansaço. - Ela pegou uma das frutas e começou a mastigar. 

- E então, será que pode me explicar melhor sobre os efeitos da magia? Ainda estou curioso sobre isso. Se não me engano o monstrengo também usou algum tipo de magia quando me acertou com o martelo, não é? 

- Sim, e o nome daquele ser é “orc” aliás. 

- Certo, como pode o tal orc ter usado uma magia tão forte e ter continuado lutando sem ter ficado cansado como você? A sua magia por acaso era mais poderosa que a dele? - Sentoki não conseguia conter sua curiosidade. 

- Na verdade não. O ponto é que a magia que ele usou era “preparada”, digamos assim. A magia que eu usei foi, digamos, “improvisada”. 

- Então é como se ele tivesse carregado o poder? 

- Sim, ele usou a magia com o martelo, esse é o ponto importante. Pense assim, ele colocou umas dez cargas daquela magia de impacto no martelo, então empunhando o martelo ele consegue usar a magia sem efeitos colaterais. Por outro lado, eu mesma usei a magia da palavra de poder, usando meu próprio corpo, entendeu? 

- Então por que não anda com alguma arma e carrega ela com magias? Seria útil, não é? 

- Bom, primeiramente, pra “carregar uma magia” em algum objeto você precisa de muito tempo ou muito poder magico, aquele monstro provavelmente roubou aquele item magico de algum aventureiro azarado. Em segundo lugar, não usamos armas na vila Chui, nosso estilo de luta se especializa em não usar nada além do próprio corpo como arma, por isso ando descalça, meu combate usa o poder dos pés, mas acho que você ainda não me viu em ação. E em terceiro lugar, não dá pra simplesmente usar a magia infinitamente, mesmo com um item mágico. Quando se usa uma magia você gasta uma porcentagem da sua própria vida, de acordo com o nível e poder da magia usada, como sou uma ninfa eu posso viver por uns quinhentos anos, o único efeito aparente do uso de magia em mim é esse cansaço sobrenatural. Um item mágico também funciona assim, a cada uso de magia ele “envelhece”, e quando a última carga de energia é utilizada o item se desfaz, morre, se transforma em pó. 

- Então é extremamente perigoso usar um poder desses... E mesmo sabendo disso você gastou uma parte da sua vida pra salvar minha vida. 

- Não diga desse jeito, eu tenho boa sorte de ter uma longa vida, estudei sobre esse tipo de magia a muito tempo atrás e até agora só usei duas vezes. Você não precisa se preocupar comigo, não penso em usar novamente tão cedo. 

- Ashi, quantos anos você tem? - Ele perguntou subitamente, seu rosto estava sério. 

- Bom, tenho cento e vinte anos. 

- Quantos anos você gastou com essa magia? 

- Na verdade não tenho certeza, mas acho que algo em torno de cinco anos de vida em cada uso. Essa magia não é tão poderosa assim, o efeito de paralisia muscular dura só uns quinze segundos. 

- Sigh. Espero que não aconteça novamente... Vou me tornar mais forte, não quero que você sofra tanto assim pra me proteger outra vez. - Seu semblante era triste apesar de tentar parecer otimista. 

- Heheh... Não seja bobo, fiz isso porque eu quis, nós dois morreríamos se eu não tivesse feito aquilo, além disso, você nunca vai conseguir superar alguém que vem treinando por cem anos. Aquela situação aconteceu porque fui pega de surpresa, você estaria morto se estivesse no meu lugar. Na verdade, a culpa é minha, se você tivesse ido comigo aquela batalha teria sido diferente, não teríamos apanhado tanto. Gastamos a última das suas poções divinas, que poderíamos ter gastado em uma luta realmente difícil no futuro. - O humor dela parecia melhor. 

- Você pensa demais no passado e no futuro, as coisas que já passaram não podem mudar, e as coisas que virão são um mistério. Vamos tomar o dobro de cuidado daqui pra frente, não precisamos mais de poções. 

- Do jeito que você dorme despreocupado, qualquer um que veja vai pensar que você precisa de uma ou outra poção. - Ela abriu um leve sorriso. 

- Heh. 

Eles continuaram descansando por mais algum tempo. Quando deu meio-dia, decidiram continuar a jornada, Ashi já se sentia melhor e pronta pra caminhar. Arrumaram as coisas e então saíram da casinha. 

- E então, qual nossa próxima parada? - Sentoki estava animado. 

- Vamos para as montanhas agora. - Ashi estava revigorada do cansaço, mas continuava com um semblante sério.

- Como é? - Ele ficou assustado. - O mesmo lugar onde moram os malditos goblins e orcs? 

- Sim, pro Norte tem um rio chamado Linder, que corta essa região no meio, e desse lado da montanha não tem mais ponte, então nós vamos passar por uma passagem mais segura e civilizada da montanha. É uma pequena cidade chamada Burevault, é fortemente armada devido aos ataques de goblins, mas é segura pra nós. Atravessando a cidade saímos do lado da ponte do rio, e de lá vamos pro Norte novamente. 

- Oh, então nessa cidade tem muitos cavaleiros? 

- Sim, se não me engano são de uma ordem de humanos que juraram proteger o lugar, mas não sei com certeza. Qual seu interesse nos cavaleiros? 

- Bom eu pensei que talvez pudéssemos contratar um deles, acho que seria bom andar com mais pessoas, principalmente um guerreiro forte. E também vou poder pedir aulas de combate, talvez eu consiga ativar a magia do bastão de Dorobou novamente, uma espada seria útil. 

- Um cavaleiro seria um atraso pra gente, apesar de não ser uma ideia tão ruim. Eu acho que seria melhor chegar a Hirugard primeiro antes de contratar algum aventureiro assim, mas não custa nada tentar. 

- Certo. - Ansiedade transbordava de seu corpo. 

- Vamos até Burevault então. 

Partiram então, seguindo em direção Nordeste. Deixaram a pequena vila sem mais problemas e partiram em direção à montanha. Estavam otimistas e revigorados, e preparados pra qualquer tipo de problema na estrada. 

- Qual sua opinião sobre os tesouros sagrados? - Perguntou Ashi. 

- Hm? Eu pensava em fazer a mesma pergunta pra você, não sei bem o que esperar. 

- Bom, já ouvi sobre a lenda dos heróis e sobre os tesouros, mas essa história sempre foi contada como fábulas infantis. Não acreditava nos tesouros sagrados até eu ver um enviado da deusa Kagami na minha frente alguns dias atrás... - Ela olhou de lado pro Sentoki. - Não faço ideia de como se parecem, e nem mesmo onde devem estar, mas como você contou, se a própria deusa te mandou ir pra Hirugard, tenho certeza de que lá vamos encontrar alguma resposta pra nossas dúvidas. 

- Você já foi lá? É um lugar muito grande? Pelo nome é o que eu imagino. 

- Fui lá só duas vezes, por isso conheço o caminho. É um reino imenso, a vila Chui mal se compara. É tão grande que parece uma montanha, esculpida pelos homens e anões de um tempo passado. 

- Mal posso esperar pra ver com meus próprios olhos... 

- Veja só. - Ashi apontou pra uma área mais à frente na montanha, onde podia ver uma entrada de caverna. - Ali é a entrada pra Burevault, estamos quase chegando. 

- Eu mal consigo ver... - Ele apertou os olhos, tentando ver mais longe. - Só consigo distinguir algumas formas na frente da entrada. 

- São estátuas, dizem que são inspiradas nos anões que construíram essa caverna. 

Eles seguiram em frente, cada vez mais próximos da entrada da caverna. Estavam alegres e despreocupados, jogando conversa fora, já que não sentiam perigo ao redor deles. 
De muito longe, em algum lugar em cima da montanha, uma figura encapuzada observava os dois viajantes, com olhos de águia. “Logo vou por meu plano em prática”, pensou o ser. Seus olhos brilhavam com o vermelho de uma chama espectral, mas suas feições se mantinham obscuras pelo seu longo capuz. O ser deu as costas e começou a andar, em direção a uma entrada da montanha, e então desapareceu na escuridão. Aqueles olhos malignos não seguiam mais os passos de nenhum andarilho, por enquanto. 
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Ashi está com uma fraqueza devido ao uso de magia, agora Sentoki precisa tomar conta dela pra que melhore, e quem sabe aprender um pouco mais sobre esses poderes misteriosos.

#adventure #isekai #battle #Fantasy #Action #PTBr

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