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Arco-íris Cor de Rosa

FESTA ESTRANHA COM GENTE ESQUISITA [parte 2]

FESTA ESTRANHA COM GENTE ESQUISITA [parte 2]

Mar 07, 2024

JÁ é meia noite quando saio do quarto, mas como não recebi nenhuma mensagem dos meus amigos, suponho que minha presença não faz falta.

Fecho a porta atrás de mim e dou uma última olhada no celular, dessa vez, conferindo o quanto de bateria me resta.

Cinquenta e cinco.

Isso muda um pouco as coisas, pois em vez de ir lá pra fora e voltar pra rodinha onde deixei minha amiga, eu me dou conta que preciso arrumar uma tomada e um carregador antes que a bateria caia pra cinquenta por cento.

Porque o coitado do meu Samsung viciado morre toda que reduz a essa porcentagem e pra fazer ele ligar de novo depois é uma missa.

Vou direto pro quarto de Kaique, porque é lá que minhas coisas estão.

Abro a porta sem pensar direito e o resultado é embaraçoso.

— Eita! — cubro o rosto com as mãos assim que reparo no casal seminu em cima da cama.

— Porra AJ! — espio por entre meus dedos pra ter certeza que é mesmo meu melhor amigo ali, só de cueca. — Não sabe bater!? — ele me lança um olhar zangado e se cobre com o edredom do Relâmpago Mcqueen.

Meu. Deus. Do. Céu.

— Estava destrancada. — rebato, num fio de voz, mas ele escuta, porque faz uma careta e repete o que acabei de falar, mas com uma voz irritante. — E porque as luzes estão acesas!? — me viro pra parede e abaixo o interruptor que fica ao lado da porta.

— Porque não enxergamos no escuro, Dantas. — dessa vez quem me responde é Tatiane. E não preciso nem me esforçar pra ter certeza disso. O jeito desdenhoso como ela fala meu sobrenome é o suficiente.

Cada músculo do meu corpo fica tenso.

Kaique e Tatiane. Uau, por essa eu não estava esperando.

— Não é o que parece... — resmunga Alcântara, como se pudesse ler meus pensamentos.

Estreito os olhos para os vultos indistintos no meio do quarto. Pelo barulho, suponho que eles desistiram de... Enfim, e estão recolocando as roupas.

— Hum... Na verdade é o que parece sim. — rio sem muita vontade. — Mas não tô nem aí. Eu só vim colocar meu celular pra carregar e-

— Ninguém liga pro que você faz ou deixa de fazer Dantas! — sibila Tatiane.

Odeio essa mania dela de interromper as pessoas o tempo todo ou melhor, de me interromper o tempo todo. Porém, considerando que eu também a interrompi em algo, dessa vez estamos quites.

— Deixa pra lá. — resmungo e avanço no escuro até minha mochila. Já dormi muitas vezes aqui, então conheço esse quarto tão bem quanto o meu próprio e isso me dá a habilidade de não esbarrar nos móveis. — Vou pegar meu carregador e vazar, beleza?

Me agacho pra abrir a bolsa e começo a procurar o carregador.

Quero sair o mais rápido possível e simplesmente fingir que não vi meu amigo de infância e a garota que me odeia se pegando debaixo do edredom do Relâmpago Mcqueen.

Eu ia dormir nessa cama, mas agora, por conta deles, essa opção está fora de questão. Tipo assim, pra sempre.

Alguém liga a luz e quando olho por cima do ombro pra saber quem, pego Kaique — ainda sem camisa e com as calças até a metade das coxas — me encarando de volta.

— AJ, eu juro que posso explicar... — o garoto termina de vestir seu jeans e então acena para Tatiane, que joga uma camisa pra ele.

Rio nervosa, sentindo o olhar enjoado de Tatiane sobre mim.

— Cê não precisa me explicar nada cara.

— Mas eu-

— Kaique. — interrompe Tatiane, notavelmente brava.

Ele vira o rosto na direção dela e os dois meio que discutem em silêncio por contato visual, gesticulando e fazendo caretas.

Não sou idiota, claro que percebo que estão brigando por minha causa e fico morrendo de vontade de mandar ela ir se foder, mas desisto porque isso exigiria contato visual prolongado e ela ainda não se vestiu.

Então eu só abaixo a cabeça, me concentro em achar o maldito carregador e torço pra que meu cérebro delete a imagem de Tatiane Rios sem sutiã da minha memória.

— Terminei, vamos. — solto a respiração, me sentindo menos tensa já que eles finalmente vão sair do quarto e me deixar sozinha.

— Peraí. Vai na frente, já te alcanço... — o pedido deixa Tatiane puta da vida, ou isso ou ela gosta muito de bater portas com força quando saí dos lugares. — Aninha?

Por algum motivo, ouvir Kaique dizer esse apelido depois de toda essa situação extremamente constrangedora faz eu sentir vontade de pular na piscina da mãe dele e gritar até todo o oxigênio sair dos meus pulmões.

— Eu já falei Kaique, não esquenta a cabeça, ok? — suspiro, cansada dessa interação e também de me decepcionar com ele. — Minha boca é um túmulo, ninguém vai saber que você e ela estão fodendo em segredo. — concluo, gesticulando com mão, meio que dando tchau pro garoto.

Finalmente encontro o cabo do carregador. Puxo sem me importar de bagunçar a minha mochila, em seguida fecho o zíper do bolso grande e levanto.

— Desde quando você fala palavrão? — Kaique me repreende e eu quase solto uma gargalhada.

Como se ele pudesse me dar lição de moral sobre qualquer coisa.

— Desde que você começou a ficar com a garota que faz bullying com a sua melhor amiga. — digo, certeira.

Quando me viro, quase esbarro em Kaique.

Ele toca meu braço e eu me afasto por instinto.

— AJ, por favor me deixa explicar... — ele abaixa a mão, fingindo que não ficou ressentido com minha reação.

Sei lá, foi automático. Em parte porque essas mesmas mãos estavam tocando Tatiane agora pouco e... Eu não sei exatamente onde elas tocaram — e nem quero saber —, mas também porque num geral não gosto muito que garotos me toquem sem aviso prévio.

— Não. — respondo apressadamente, já desviando e indo até a porta. — Tô indo atrás de uma tomada, até. — resmungo, mesmo ciente de que farei tudo ao meu alcance pra não trombar com ele de novo pelo resto da noite.

Ou dia? Não importa, só não tô muito bem pra ter uma conversa séria agora.

Tipo.. Beleza, eu só bebi uns dois copos de guaraná com cerveja e comi duas fatias de pizza, mas por garantia é melhor deixar para outra hora.

Bato a porta atrás de mim e me encosto na madeira, fechando os olhos. O flagra que dei agora pouco ainda bem vívido na mente, repetindo num loop infinito.

Talvez eu deva lavar os olhos com água sanitária.

Solto um suspiro longo e vou em direção ao banheiro.

A tomada de lá provavelmente é a única que não está sendo usada no momento e também é um cômodo com chave.

Posso ficar trancada lá até o pessoal se dispersar, depois convencer Lud a dormir comigo na sala, deixando Kaique com seu quarto e sua cama profana — pareci uma velha conservadora agora. Eca.

É. Bom plano, me elogio mentalmente. Tem outro banheiro lá no deck perto da churrasqueira. Se eu não der um pio ninguém vai me incomodar...

Giro a maçaneta e entro.

As luzes já estão ligadas, nossa que povo mal educado!

Foco minha atenção na tomada perto da pia e desenrolo o cabo, sorrindo pra mim mesma. Plugo o carregador na entrada do celular e me inclino por cima do balcão, prestes a enfiar o troço na tomada quando de repente alguém berra:

— SEGURA A PORTA!

O susto é tão grande que quase derrubo o celular das mãos. Consigo impedir que ele caia no chão por bem pouco, mas me atrapalho, tropeçando nos meus pés e esbarro na porta, a trancando.

— Puta merda... — digo, soltando o ar.

Viro na direção de onde veio o grito e repito o xingamento. É a única coisa coerente que me vem à mente agora.

Pois dentro da banheira — porque sim, Kaique é rico ao ponto de ter um banheiro espaçoso o suficiente pra caber uma banheira de porcelana —, apertando uma cortina florida e com uma expressão irritada está ninguém menos do que Eleanor Cavalcanti.

A pessoa que eu mais detesto no mundo inteiro.

Garota_X
Robin Sonata

Creator

Ficar presa num banheiro sem poder pedir ajuda já é ruim, mas e se além disso o destino te coloca no mesmo lugar que a garota que você detesta?

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Obrigadas a por as diferenças de lado graças a situação inusitada ambas acabam descobrindo que possuem muito mais em comum do que contra e assim um acordo de paz é selado - com uma condição um tanto... Incomum.
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