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Arco-íris Cor de Rosa

NÃO HA PROTAGONISTAS AQUI [parte 1]

NÃO HA PROTAGONISTAS AQUI [parte 1]

Mar 12, 2024


alerta: bifobia e lesbofobia

— MÃE. Eu sou...

Aperto a beirada da pia com mais força, encarando meu reflexo no espelho.

Vamo lá AJ, você consegue. É só falar a palavra com L, você adora essa palavra. Você escreve pelo menos quinze tuites por dia com ela.

Respiro fundo, engolindo em seco e tendo de novo.

Abro a boca, mas nenhum som sai, então reformulo o discurso e recomeço:

— Mãe, tem uma coisa que eu quero compartilhar com a senhora já faz um tempo. Lembra daquela vez, quando eu tinha sete anos e disse que nunca ia namorar um garoto? Então, acontece que...

Me interrompo, insatisfeita e solto um suspiro pesado.

Impossível. Não consigo.

Como pode eu ter acordado toda animada achando que hoje ia ser o grande dia e amarelar segundos antes? Pra onde que foi a confiança? A impaciência para acabar com as piadas bobas sobre como eu e meu melhor amigo parecemos um casal fofo.

É comum pra mim ficar divagando sobre me assumir, mas desde que fui no Caverna com Eleanor o tema tem estado na minha cabeça praticamente todos os dias. Fantasias sobre pra quem contar, possíveis desfechos e coisas assim.

Talvez minha mãe fique sem reação? Sim, mas ela também pode agir de forma positiva! Será que eu devo contar a ela e ao papai ao mesmo tempo pra facilitar?

Bom, não adianta fazer planos se eu nem consigo falar o nome da minha sexualidade em voz alta. Foi tão fácil naquele dia com Eleanor... Será que é porque eu estava meio bêbada?

Aponto para a outra eu no espelho e digo:

— Você é muito lésbica, lésbica pra caramba. Você consegue AJ, é só ir até a cozinha e falar a verdade. — me incentivo, sussurrando. Talvez quem sabe um pouco mais alto, pra acostumar. — Mãe, eu sou lesbi-

Alguém bate na porta repetidas vezes me dando um baita susto.

— Inferno! — resmungo, irritada. — Que foi?!

— Eu tô atrasada Ana! Agiliza aí!

Reviro os olhos ao ouvir a voz da minha irmã mais velha.

Pego a escova às pressas e coloco um pouco de pasta de dente, depois viro a chave e abro a porta, ela nem espera e me empurra, entrando no banheiro minúsculo.

— Que desgraça cê tava fazendo nesse banheiro pra demorar tanto? — pergunta Alice, me olhando feio.

O que sempre me desestabiliza porque somos muito parecidas, o mesmo cabelo de cachos abertos, o mesmo tom escuro de pele, o nariz redondo, meio achatado e os lábios cheios. Só que ela tem olheiras mais fundas por conta das horas extras acordada estudando e um piercing no lábio inferior que quase matou a mãe do coração.

E é por isso que eu não posso nem sonhar em fazer algo parecido. Às vezes é uma merda ter uma irmã mais velha inconsequente.

Meu Deus. Se a mulher desmaiou de nervoso por conta de um piercing na boca o que vai acontecer quando eu contar para ela que sou lésbica?

É isso. Não vou contar.

— Olha, nem vem. Não tenho culpa de seu despertador não tocar em. — respondo Alice, ainda com a boca cheia de pasta.

— Credo Ana! Me sujando toda de pasta, saí pra lá! — ela me empurra pra fora e bate a porta nas minhas costas.

Chata.

Sigo pelo corredor até a área de trás da casa, onde tem um tanque pequeno ao lado da máquina de lavar roupa.

Sem espelho pra treino, mas pelo menos dá pra terminar de escovar os dentes em paz.

Cuspo o resto da pasta e abro a torneira para limpar o que ficou no canto da boca.

— Dory? Filha?!

Sorrio ao escutar o apelido que minha família usa comigo desde pequena, tudo porque eu era viciada em assistir Procurando Nemo e imitar a Dory falando "balêeis".

— Aqui atrás pai!

Escuto as passadas pesadas do homem de um metro e oitenta e dois que chamo de pai e com quem compartilho noventa por cento da minha genética — a única coisa em comum com a minha mãe, é que eu também consigo fazer "u" com a língua.

— Eu estou saindo pro restaurante, mas se quiser carona te espero.

Olho rapidamente para ele; barba rala, cachos pesados e meio grisalhos, pele retinta e tatuagens diversas — memórias da juventude — fechando o braço direito.

— Não precisa, Kaique vem me buscar. — sorrio.

Ontem de noite finalmente tomei vergonha na cara e respondi as mensagens dele. Kaique ficou online quase de imediato e perguntou se eu queria carona hoje.

Respondi que sim.

É o melhor que posso oferecer como trégua.

— Hum, tá bom então... — não importa se Kaique já tem idade o suficiente e passou em todas as provas pra conseguir a carteira de motorista, ele sempre fica meio ansioso quando pego carona com meu amigo. Por coincidência hoje eu também estou ansiosa por isso, ainda não falamos do flagra que dei nele na festa. — O café da manhã tá na mesa...

Abro a boca para dizer que não dá tempo de tomar café antes de ir, mas ele me interrompe:

— Já avisei sua mãe que cê só sai depois de comer, então nem invente. — diz, apontando o indicador pra mim. — E ó, juízo em? Não esquece de por o cinto e quando chegar na escola me mande mensagem!

Rio baixinho e murmuro um "Sim senhor". Então ele finalmente se acalma, abre um sorriso e vem até mim, beijando minha testa e envolvendo os braços enormes ao meu redor, me suspendendo e me girando.

— Pai! Me põe no chão! — brigo, mas não estou brava de verdade.

Ele nem consegue me levantar tão alto assim também. Não agora que eu tenho um e setenta e oito de altura — mas ainda continuo sendo a menor da família.

— Ok, ok, ok, já soltei! — ele ri e corre quando tento jogar um pouco de água por implicância.

Limpo minha escova e fechando bem a torneira antes de voltar ao quarto, porque ela pinga e mamãe sempre me dá bronca por esquecer aberta.

Cruzo com Alice de novo, agora no corredor, ela me dá um empurrão ao passar correndo com a toalha enrolada na cabeça soltando palavrão pra Deus e o mundo.

Mostro a língua para minha irmã, mesmo ciente que ela não vai ver porque está de costas e entro no meu quarto, indo até a mochila em cima da cama.

Confiro se o material está correto uma última vez, jogo meu estojo e meu caderno de desenho e fecho o zíper. Antes de sair passo na frente do espelho de corpo inteiro e tiro algumas selfies com meu filtro favorito no Instagram, mas não publico nenhuma por que me sinto horrorosa no uniforme.

Me consolo com o fato de que ninguém fica legal com essa blusa branca calorenta e a calça de tecido ruim cor de mostarda.

Bem, com exceção de Monique... E talvez Eleanor.

— Dory! Vem tomar café da manhã logo! — berra minha mãe, lá da cozinha.

— Já vou! — grito de volta fechando a porta do quarto.

Chego na cozinha em menos de cinco minutos e mesmo assim levo um esporo da minha mãe. Ela me olha de cima a baixo e começa a listar tudo de errado — ou que ela acha errado — comigo.

Se eu estou com olheiras é porque virei a noite vendo besteira no celular, se minhas unhas estão roídas é porque eu não as pinto há quinze dias, se meu cabelo está cheio de frizz é porque não cuido dele o suficiente e assim por diante.

Os comentários sobre meu cabelo me deixam realmente mal, então enquanto ainda como, tiro o pompom do pulso e amarro num rabo de cavalo — amarelando mais uma vez em ir com ele solto —, mas isso não deixa minha mãe satisfeita o suficiente, então ela some atrás de presilhas.

Minha irmã aparece, agora com o cabelo em cachos perfeitos por conta da finalização, maquiagem bem feita — escondendo as marcas escuras embaixo dos olhos e as espinhas — e roupas que não combinam com o clima quente de Cassiopeia. Observo ela encher sua garrafa térmica de café e comer só uma banana antes de sair, bem no instante em que a mãe volta.

— Tchau minha filha, boa aula!

Acho que Alice murmura um "Hanram" sem emoção antes de trancar a porta, mas em vez de brigar com ela pela falta de educação, minha mãe reclama comigo:

— Quantas vezes eu preciso dizer pra você lavar esse cabelo, em?

— Eu lavei ontem! — me defendo, ainda de boca cheia.

E levo reclamação por isso também.

— Mas alguma coisa de errado você tá fazendo, olha esse tanto de frizz e ponta dupla!? — comenta, enquanto coloca as presilhas sem cuidado.

— Talvez seja porque já passou da hora de cortar... — sussurro.

— Deixa de invenção Ana! — me repreende, colocando outra presilha bem apertada. — Não tem pra quê cortar seu cabelo. Homem gosta de cabelo grande, você não quer arranjar um namorado não?

Ela arqueia uma sobrancelha e seu tom de voz faz parecer que foi uma pergunta, mas eu a conheço e sei que tá mais pra uma... Imposição.

Mordo outro pedaço do sanduíche de presunto que meu pai fez pra não ter que responder, mas já perdi a fome.

A comida forma um bolo na minha garganta e quase não consigo engolir.

Queria ter coragem de responder, nem que fosse um simples "Não".

Aperto os olhos, segurando um choramingo pela falta de gentileza dela quando a mesma ajeita a última presilha. Meu coro cabeludo dói pra caralho, mas em certo ponto minha mãe se dá por satisfeita e finalmente sai do meu pé.

Tomo meu copo de suco em duas goladas e tiro o celular do bolso da mochila, conferindo as mensagens.

— Se for a pé, vá simbora se não chega atrasada.

— Vou com Kaique. — digo sem tirar os olhos da tela. Começo a caminhar até o banheiro, porque agora que comi tenho que escovar os dentes de novo, mas antes que eu consiga, escuto a buzina do carro do meu melhor amigo. — Falando nele...

Começo a me dirigir até a porta da frente, porém paro no meio do percurso. Mordo o lábio inferior, lembrando do meu objetivo pra hoje logo assim que acordei.

Giro nos calcanhares e observo minha mãe de costas pra mim, lavando os pratos do café da manhã às pressas — ela também tem que sair para trabalhar, numa cidade a duas horas de distância daqui.

Por isso já está arrumada; maquiagem leve, cabelo crespo bem apertado num coque, camisa de botão listrada e calça jeans de lavagem escura.

Ela percebe que estou encarando e olha por cima do ombro, as íris escuras iguais as minhas e as sobrancelhas bem definidas arqueadas.

— Que foi menina, que bicho te mordeu?

Engulo em seco, analisando se essa é mesmo uma boa hora para se ter A conversa.

— Mãe, eu...

Kaique buzina mais alto lá fora, atiçando o cachorro que começa a latir e uivar. Logo logo os vizinhos vão ficar bravos.

— Vai Ana, vai logo! E dá um beijo no Kike por mim — mamãe me tange com o pano de prato e eu obedeço, me acovardando.

Que mané beijo.

— Tô indo, tô indo... — falo, finalmente saindo.

Fecho a porta atrás de mim e solto o ar que estava prendendo desde nem sei quando. Sinto meus dedos tremerem involuntariamente e minha pulsação de tão forte ecoa nos ouvidos.

E antes que eu possa pensar demais sobre mais uma tentativa fracassada de me assumir lésbica para minha mãe, Bolota — o nosso cane corso — corre até onde estou e começa pular.

— Bolota, não! — repreendo quando ele apoia as patas dianteiras no meu uniforme.

Afago a cabeça dele e depois me afasto, conferindo se não sujou minha roupa. Grito um "Já vai!" para Kaique e corro pelo gramado até o portão.

Bolota continua no meu encalço, dando voltas ao meu redor enquanto abana o rabo, cheirando minhas pernas e tentando morder meus tênis. Chega dá uma pena, ele só quer um tiquinho de atenção.

— Eu não posso brincar agora Bolotinha... — aviso, triste ao ver o brinquedo de mastigar que ele trouxe.

O cão cinza e de orelhas pequenas senta ao meu lado e coloca a bola de borracha que parece muito com aquelas de futebol americano, só que verde e me dá o olhar mais carente do mundo.

— AJ vem logo se não eu vou sem você! — Kaique grita, chamando minha atenção.

Bufo, dividida sem saber o que fazer.

Bolota uiva, desconsolado e eu me agacho pegando o brinquedo. Jogo o mais longe que consigo e enquanto ele corre atrás da bola abro o cadeado indo para rua.

Tranco o portão e dou uma corridinha até o Jeep Renegade vermelho estacionado mais a frente na rua de bloquetes retangulares.

Mal entro no carro e vejo pela janela meu cachorro pulando com seu brinquedo na boca através do muro baixo de casa.

— Caramba meu, que demora da porra. — resmungo meu melhor amigo.

Junto as mãos em sinal de prece.

— Desculpa, desculpa, desculpa. Juro que foi a última vez!

O menino branco joga a cabeça para trás e ri com desdém.

— Sei. Cê diz a mesma coisa faz tempo. Conta outra!

Coloco o cinto e me viro, dando um murro no braço dele.

Tudo bem que antes a gente ia pra escola a pé e qualquer minutinho de atraso terminava com nós dois na coordenação levando bronca, mas agora ele tem um carrão desses que usa gasolina e álcool e faz num sei quantos quilômetros por hora. Basicamente o Relâmpago Mcqueen!

O pensamento me causa um arrepio desconfortável e flashes dele e Tatiane passam como um filme pelos meus olhos.

Acho que vou por o café da manhã pra fora.

— Feio. Num foi tu que insistiu horrores pra me dar carona? Eu não ligo de ir a pé pra escola — rebato, mostrando a língua.

Ligar eu não ligo, mas não vou mentir dizendo que não gosto de poder dormir meia horinha a mais e me atrasar com calma ciente de que agora dá pra chegar no primeiro tempo.

Kaique me imita e depois liga a seta, finalmente girando o volante e fazendo o carro se mover.

— Como se eu fosse deixar minha melhor amiga ir andando, sendo que agora eu sou oficialmente habilitado. — se gaba tirando a carteira do bolso da calça só para mostrar a habilitação.

Pela sexta vez desde que chegou pelos Correios.

Rio e abraço minha mochila e olho a paisagem pela janela, como se fosse a primeira vez.

Casas com as mais variadas cores, telhas de cerâmica, de PVC e tantas outras, grades enferrujadas pela maresia, muros baixos, jardins cheio de flores, janelas de madeira, varandas com namoradeiras, cadeiras de balanço e aquele cheiro de maresia típico de Cassiopeia.

Kaique se aventura por entre várias ruas, pegando o caminho mais curto e mesmo assim fico com a sensação de que nem saímos do lugar, porque todas têm coisas em comum. Chega a ser sufocante.

Não é que eu odeie minha cidade, mas quero saber a sensação de ser uma estranha numa multidão, andar numa rua cheia de uma cidade apinhada de pessoas que não fazem ideia de quem sou e nem ligam pra mim.

Assim eu vou poder ser eu mesma. Inteira.

— E aí... — Kaique começa, batucando os dedos no volante. — Tudo... Legal?

Pelo jeito que ele me olha e o tom que usa, sei que quer tocar no assunto proibido. Eu no entanto prefiro continuar fingindo que nunca aconteceu só pela vergonha alheia de pensar que Kaique faz esse tipo de... Coisa.

E ok, é normal. Aquele papo de amadurecer e blá blá blá. Só é algo da qual não tenho interesse de fazer parte ainda.

Depois do meu primeiro beijo entrei numa espiral de sofrimento e incertezas enquanto me descobria lésbica. Quando finalmente consegui aceitar o que era, me dei conta de que não podia sair do armário, o que tornava namorar algo fora de cogitação.

Quem dirá transar.

O fato de eu não ter conhecido A pessoa também ajuda.

Não tem ninguém que me desperte qualquer interesse do tipo — nem Monique, porque apesar de achar ela linda e perfeita, não a conheço o bastante.

Fora tudo isso, ainda tem o fato de que Kaique eu somos melhores amigos desde a época em que usávamos fraldas! Ele é praticamente como um irmão, nunca conversamos sobre algo assim.

— Hunrum. — concordo com um aceno e sorrio sem mostrar os dentes. — E você?

Garota_X
Robin Sonata

Creator

AJ quer se assumir para sua mãe, mas não sabe se é o momento certo

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NÃO HA PROTAGONISTAS AQUI [parte 1]

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