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Arco-íris Cor de Rosa

COMO SE DIZ "FODIDA" EM FRANCÊS? [parte 2]

COMO SE DIZ "FODIDA" EM FRANCÊS? [parte 2]

Apr 01, 2024

Levo a mão à boca para não rir. É cruel e engraçado na mesma medida, mas como uma irmã mais nova sinto que não posso ficar do lado de Monique nessa.

Vitor joga a cabeça para trás, sacudindo os braços e com os olhos úmidos.

— NÃO!

— Então se comporta!

Monique o solta e ele fica em pé.

O menininho usa uma das mãos para enxugar o choro e então abraça a sacola que está segurando com a mão direita.

É aí que percebo que ele está com um peixinho.

Me agacho para ficar na mesma altura da criança e sorrio, apontando para o saco transparente.

— Que bonito seu peixe, qual é o nome dele?

Vitor, ainda de cara feia, desvia o olhar para o que tem nas mãos, lembrando de não apertar demais o objeto para que não rasgue.

— Darwin... Ele é um peixe betta. — fala, manhoso.

Olho de relance para Monique, que um pouco mais calma sorri de forma afetuosa e bagunça o cabelo do irmão.

— Uau, que legal.

Isso o faz abrir um sorriso e tanto. É um trabalho difícil resistir a tentação de apertar suas bochechas.

— E a gente vai comprar um aquário pra ele morar, né Mô? — diz, animado e então levanta o rosto para encarar a irmã.

— Hanram, mas só se você se comportar e parar de correr por aí. — ela alerta.

Rio baixinho quando Vitor agarra os dedos da irmã e se encosta nela, pedindo desculpas.

Levanto, sentido minhas pernas dormentes e agarro a alça da ecobag, sem saber o que fazer.

Ao longe alguém grita o nome de Monique e ela olha por cima do ombro, acenando para uma mulher de boné e vestido florido. Provavelmente sua mãe.

A menina se inclina para falar com o irmão e aponta para a mulher que permanece acenando.

— Olha a maman ali, vai lá que jajá eu chego.

Quando avista a mãe, Vitor não hesita em largar a mão da irmã e sair correndo.

— Mainhê! Pouvons-nous acheter mon aquarium maintenant?! S'il te plaît? — pede o pequeno, sacudindo o pobre peixe betta.

Fico com um pouquinho de inveja da pronúncia dele. Nem com os oito meses estudando o idioma sou capaz de falar tão bem assim e muito menos entender tudo o que Vitor disse.

Mas ninguém falou que tentar aprender francês sozinha seria fácil — minha ofensiva no Duolingo que o diga.

— Uma dica de quem já perdeu muitos peixinhos de feira, não deixe o Darwin perto de outros bettas e sempre lembre de alimentar ele.

Monique ri sem graça e esconde as mãos nos bolsos da sua jardineira.

— Esse é o terceiro Darwin dele. — Arregalo os olhos e deixo um "Vixe" escapar. — Pois é... Ei cê vai na reunião da escola hoje?

Mexo os ombros, super desconfortável com assunto. Minha mãe se voluntariou pra ir, tanto por mim quanto pela mãe do Kaique que está de viagem. Ela não faz questão que eu esteja lá e...

Bem, eu não menti e nem matei aula, mas uma sensação me diz que vou ouvir poucas e boas do mesmo jeito.

— Não. E você? — finalmente respondo.

Abaixo os olhos e viro, ficando de frente para a barraca de frutas. Preciso me concentrar em qualquer outra coisa para apaziguar meu nervosismo. Não quero que ela perceba como estou tremendo.

— Sim, tipo eu nem fiquei de castigo por causa do lance da praia... Acho que esse é o jeito dos meus pais de me punirem. Uma hora e meia ouvindo adultos reclamando. — resmunga, revirando os olhos.

Rio fraco e pego alguns maracujás, lembrando da minha missão inicial.

O movimento ao nosso redor ainda é intenso e barulhento, então para me ouvir bem, Monique se aproxima mais.

— E como o pessoal... Hã, reagiu? — pergunto, tentando ignorar que nossos braços estão se tocando.

— Meu Deus, verdade cê não tava ontem! — agitada, ela sacode meu braço de leve, me causando um arrepio. Mesmo nesse calor infernal, de algum jeito seus dedos estão gelados. — Na quarta rolou uma briga feia no grupo, acho que você não viu. — nego com um aceno, confirmando sua suspeita. — Pois é, começaram a se acusar e tal. A Ludmila até expulsou o Pedro Lucas e botou naquela opção que só os administradores podem mandar mensagem, sabe? E ontem antes da primeira aula algumas pessoas acusaram quem não tava na praia segunda.

Engulo em seco.

Merda, aconteceu exatamente como previ... Mas se todo mundo já sabe que fui eu, então porque Monique não parece brava?

— E-e depois?

— É aí que a fofoca fica boa! — a menor abre um sorriso travesso e eu deixo meu olhar tempo demais no arco de cupido dela. — Hum, Você vai levar esses? — Monique se interrompe, focando nas frutas que estou segurando.

Encaro os maracujás também.

— Ah, é. Acho que sim... Porque? — por ser muito expressiva percebo logo que ela quer me falar algo.

— Minha mãe me ensinou um truque pra escolher maracujá. — explica, tirando a franja de cima dos olhos e me observando de relance, tímida. — Não pode pegar os maiores ou mais pesados. Por fora eles parecem ótimos, mas muitas vezes tem pouca polpa... Posso? — ela aponta para o maior deles.

— Claro, à vontade. — rio envergonhada.

Roux pega o maracujá e o aproxima da orelha. Ela faz um movimento com a cabeça, pedindo para que eu chegue mais perto.

Obedeço, sentindo meu coração ir até a boca e voltar.

— Tá ouvindo? — Monique fala baixinho, sacudindo a fruta. — Tem quase nada nesse. — ela devolve o maracujá a banca e pega outro, menor e muito mais enrugado, repetindo o processo. — Ó! Esse aqui com certeza tem mais poupa que o outro. — afirma convicta.

Inclino a cabeça e encaro Monique descaradamente, encantada com sua habilidade.

E eu sei que é uma bobagem, mas meu cérebro de fanfiqueira viaja a mil quilômetros por hora e me bombardeia com situações hipotéticas de nós duas no futuro, no Mercado fazendo compras pra nossa casa. Como um casal.

— Que foi? Alguma coisa na minha cara? — pergunta a menor, tocando o próprio rosto.

Pisco e abaixo os olhos, me dando conta que estou encarando.

— Não, não tem nada não.

Pego um maracujá da pilha e imito o que a outra menina fez, mas não tenho certeza se o som que tô ouvindo é a fruta ou meu próprio batimento cardíaco pulsando nas minhas orelhas.

Quando noto que Monique está quieta demais, retomo o assunto anterior:

— Cê tava dizendo o quê mesmo? Sobre ontem... E a reunião...

A ruiva solta um "Ah!" empolgado e logo começa a explicar o que houve ontem na aula na minha ausência. Enquanto ela fala, eu pego uma quantidade suficiente de maracujás e entrego a dona da barraca, que pesa e enrola as frutas em folhas de jornal pra mim.

— Essas siriguelas também, por favor. Três. — falo, apontando para as frutas pequenas empacotadas em sacos transparentes. Olho para Monique um momento, pra que ela saiba que estou prestando atenção no que diz. — E foi eles mesmo?

Acusaram Drika, Pedro Ângelo e Felipe de entregarem a turma e nem preciso me esforçar muito pra imaginar como deve ter sido tenso.

Não é a toa que Lud tá toda surtada e com medo de que o pessoal desista da formatura...

Apesar de que na minha opinião é menos ruim mudarem de idéia sobre isso agora do que lá no fim do ano quando tudo já estiver pago.

— Calma que ainda tem mais! — fala Monique, abanando a mão. — Imagina só. O Pedro Lucas quase arrebentando o Pedro Ângelo, o Kaique no meio dos dois tentando impedir, Drika xingando horrores, o resto do povo falando um por cima do outro... Aí eis que entra quem!?

Mais uma vez interrompo a conversa para poder falar com a vendedora. Entrego a ela o dinheiro e pego o que comprei, junto com o troco.

— Quem? — pergunto, totalmente envolvida pelo jeito que Monique conta a fofoca.

Como se fosse o episódio inédito de uma novela.

Juntas, nos afastamos da barraca, caminhando em direção aleatória e eu lembro do que meu pai falou, mas arrisco mesmo assim, pois preciso ter certeza que ninguém suspeita de mim.

Além disso, a barraca de feijão verde não vai desaparecer.

— Eleanor.

Paro de andar, tamanho choque e por pouco um cara não esbarra nas minhas costas.

— A Ellie? — pergunto, logo depois de pedir desculpa para a pessoa atrás de mim e deixá-la passar na frente.

Me arrependo de usar o apelido quando vejo as sobrancelhas de Monique se arquearem. A pergunta em sua expressão é óbvia, mas não pretendo responder nem obrigada e por educação, ela também não fala nada em voz alta.

— Isso. Ela só... Entrou na sala, bateu no quadro com o apagador até todo mundo calar a boca pra olhar ela e... — Roux gesticula com as mãos de um jeito confuso. — Assumiu a culpa!

— Quê!?

— Pois é. Ela disse que a diretora foi na sala segunda e perguntou porque todo mundo faltou. E ela contou! Deu a desculpa que não sabia que era segredo, acredita nisso?

Não. Não dá.

Nada disso faz sentido algum! Porque caralhos Eleanor mentiu por mim e assumiu a culpa?

Pra piorar, estou... Aliviada e claro que isso pesa na consciência. Então agora eu meio que tô mal por me sentir aliviada e agradecida por Cavalcanti ter feito o que fez e brava por ela ser tão estupidamente gentil.

Eu não faria o mesmo por ela — o que me gera mais culpa.

E tentar processar esse monte de informação faz meu último neurônio fritar de vez, assim a única coisa coerente que consigo responder pra Monique é:

— Meu Deus...

— É... Eu fiquei me sentindo uma palhaça. Todo mundo acho. Ninguém esperava que justo ela, que parecia tão legal, fosse ser duas caras assim.

Merda. Se a Monique que é sempre tão gentil pensa isso, como será que o resto da turma vai tratar Eleanor agora?

— Ah... M-mas — gaguejo, o maxilar tremendo de nervoso. — O que ela fez foi tão ruim assim? Q-quer dizer... S-se fosse eu... Hã... Qualquer pessoa digo, acho que qualquer um ia acabar falando. É a dona Magali. — tento justificar.

Roux para de andar e inclina o corpo, erguendo o queixo para me encarar nos olhos.

Eita porra, falei besteira.

— Que foi? — solto, exasperada.

Chega a ser irônico que eu, uma fã assídua de filmes de terror deteste suspenses.

Monique dá de ombros e faz um movimento com os lábios que por um breve instante me distraem de toda tensão do momento.

— Nada, só... Tô surpresa que logo você AJ, tá defendendo a menina.

Junto as sobrancelhas.

— Como assim logo eu? — falo, apertando os dedos ao redor da alça da ecobag.

Monique arqueia a sobrancelha direita e dá um sorriso de canto.

— AJ? Qual é né? Todo mundo já percebeu que cê não gosta da Eleanor.

Como é?

Arregalo os olhos, rindo de nervoso logo em seguida, tentando disfarçar minha reação nada discreta.

Definitivamente não sirvo pra ser atriz.

— Hã? Que história! E-eu... — Me odeio por não conseguir formular uma única frase sem gaguejar. Bufo, tentando acalmar minha respiração. — Gosto sim da Ellie! Ela é... Legal.

Minha voz sai muito fina na última palavra e isso causa uma risada na outra garota, que esconde as mãos nos bolsos da sua roupa.

— Então vocês são amigas? — alfineta, dando o mesmo sorriso travesso que seu irmãozinho.

Desvio o olhar para pontos aleatórios, sentindo meu rosto queimar de vergonha. Sei que ela tá implicando comigo, mas não consigo me defender sem fazer parecer que ela tem razão em achar que odeio Eleanor.

Não odeio mais, friso pra mim mesma. Só a acho meio enxerida e simpática de um jeito inumano, mas isso é só minha inveja de pessoas extrovertidas atacando.

— Hum... Acho que amigas é um pouco... — murmuro, sem conseguir falar alto o bastante.

— Me disseram que vocês não se davam bem porque ela tava afim do Kaique. — corta Monique.

Solto uma gargalhada sincera, tão alta que chama atenção dos outros pedestres.

Me encolho e tampo a boca com a mão, de repente sentindo que todas as pessoas do mundo estão me julgando.

Forço uma tosse, limpando a garganta e então questiono:

— Quem te disse isso!?

— É verdade? — insiste a ruiva, mexendo a cabeça, por causa da franja.

Contenho a vontade de erguer minha mão e tirar os cachos de cima dos seus olhos eu mesma e respiro fundo, numa tentativa de recuperar a calma.

— Óbvio que não. É... — me interrompo antes de completar que é impossível Eleanor gostar do Kaique porque ela é lésbica. Franzo a testa, confusa com todo o contexto da fala de Monique. — Não é verdade isso não e também, porque alguma garota gostar do Kaique ia ser motivo pra eu odiar alguém?

— Porque... Você gosta dele? — o tom de voz dela parece incerto, como quando a gente não tem mais certeza do que está falando.

Arregalo os olhos e faço uma careta, incrédula.

É o tipo de baboseira que Tatiane falaria pra debochar de mim.

Ela é gamada no Kaique desde que éramos pequenos e provavelmente me odeia porque somos próximos — como as outras mil garotas que tem um crush nele. Não seria surpresa alguma descobrir que também pensa que sou apaixonada pelo meu melhor amigo.

Acabo descartando a possibilidade, pois nunca vi Monique e Tatiane conversando por mais de três minutos.

— Eca. Não. Nem em um milhão de anos! — respondo, para que não restem dúvidas.

— Mesmo?

— Ele é meu melhor amigo! E definitivamente não faz meu tipo. — rio pelo nariz.

Monique arregala os olhos e engole em seco, ela se recupera no segundo seguinte e suaviza sua expressão, rindo sem graça.

Ela murmura um "Ok. Desculpa." e vira para frente, super concentrada no caminho.

Eu nem sei pra onde estamos indo.

Depois de alguns minutos de silêncio começo a ficar nervosa. Tento limpar as mãos suadas no short e olho discretamente para a menor, que parece perdida dentro da própria mente.

Talvez eu não devesse ter dito nada... Ou mentido e confirmado as suposições dela.

Mesmo que a hipótese seja desconfortável, uma garota secretamente apaixonada pelo seu melhor amigo é um bom disfarce. Faz sentido na mente das pessoas héteros. Eu já suporto toda a implicância mesmo... Não faria diferença...

E pra parecer verídico eu posso... Falar algo ambíguo, ser mais carinhosa com Kaique. Só um pouco. Só o bastante pra parecer... Normal.

Não. Ana, que merda você tá pensando? Que mané parecer normal! Você já é normal. Isso é só a heterossexualidade compulsória.

Fecho os olhos um instante repetindo pra mim mesma que não tem nada de errado. Que não posso deixar esse tipo de pensamento autodestrutivo voltar a me afetar.

Olho outra vez na direção de Monique, já com uma pergunta na língua, mas escuto um toque de celular e quando a menor tira um Iphone com uma correntinha de miçanga do bolso da jardineira, desisto.

— Oi papa. — ela junta as sobrancelhas e olha ao redor, procurando — Onde? Ah! Oui je vois. D'accord, j'y serai bientôt. bisou, bisou! — e então desliga o telefone, devolvendo ao bolso. — Foi mal AJ, preciso ir. — diz, sucinta.

É estranho ver ela alternar entre português e francês tão rápido, sua voz fica levemente diferente — porém continua linda — e eu demoro um pouco demais para me recuperar.

— Ah... Tudo bem. Hã, obrigada pelo lance do maracujá. — falo sem graça, dando dois tapinhas na bolsa abarrotada de coisas pendurada no meu ombro.

Monique sorri, mostrando os dentes perfeitamente alinhados e eu sorrio de volta, contagiada por ela.

— Disponha. — fala, cortando o espaço entre nós. Ela me puxa pela gola da camisa e se estica na ponta dos pés, tascando um beijo na minha bochecha sem mais nem menos. — Te vejo segunda?

Não tenho muita certeza, mas acho que respondo algo parecido com "Sim" e aí fico lá plantada que nem uma idiota enquanto Monique se afasta correndo numa direção aleatória, sumindo por entre as barracas minutos depois.

Escuto então o toque do meu celular e me dou conta do quanto estou fodida.

Garota_X
Robin Sonata

Creator

AJ descobre que as consequências do seu deslize foram piores do que esperava.

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Obrigadas a por as diferenças de lado graças a situação inusitada ambas acabam descobrindo que possuem muito mais em comum do que contra e assim um acordo de paz é selado - com uma condição um tanto... Incomum.
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