Há mil anos, Avalon estava quase sucumbindo à escuridão. O Rei Demônio Zaroth iniciou um ritual proibido para invocar uma criatura da Dimensão Sombria, uma entidade sem limites de poder. Para isso, ele teve que abrir mão de parte de seu próprio poder e ficou vulnerável. Aí, os povos de Avalon — humanos, elfos, anões, orcs e mais — esqueceram suas diferenças e, juntos, lutaram pela sobrevivência do mundo. Três heróis lendários sacrificaram suas almas para ferir Zaroth mortalmente. Eles não mataram Zaroth, mas conseguiram dividir sua alma em três partes, cada uma pulsando com uma essência. Elas foram escondidas nas entranhas da terra, escondidas com selos mágicos ancestrais, guardadas longe dos olhos do mundo. Mas o mal sempre encontra uma brecha. Durante o tumulto da batalha final, Kaelthar, um dos generais mais fiéis a Zaroth, conseguiu escapar do selamento, em um momento de distração. Ferido e debilitado, usou sua última energia para possuir o corpo de um jovem aprendiz de um dos sábios. Ele tomou a identidade do rapaz e infiltrou-se entre os guardiões dos segredos. Foi esse o momento que ele descobriu um fato que nenhum outro servo das trevas tinha conseguido aprender: um dos fragmentos de Zaroth se apresentava cristalizado na forma de seu artefato - um escudo antigo, enterrado em alguma masmorra esquecida em Terralume. O "Escudo de Zaroth" não era apenas uma relíquia... era um dos três corações sombrios do Rei Demônio, adormecido, à espera de acordar.
Entretanto, Kaelthar não podia tocá-lo.
Os selos mágicos que guardavam o escudo agiam com aversão e violência contra presenças de energia demoníaca. Somente um coração puro, que não tivesse sido atingido pela presença das trevas, poderia passar pelos encantamentos sem ser destroçado. Kaelthar sabia que necessitava de um peão.
Anos depois, encontrando um velho guerreiro que tinha um filho especial, Kaelthar o assassinou secretamente. Tomou seu corpo, seu rosto, suas memórias. E a partir daquele dia passou a viver como o pai de um jovem, chamado Greg.
Greg cresceu crendo que seu pai guiava seus passos. Ele foi estimulado por esta presença ilusória e treinou incansavelmente, decidido a ser um protetor das terras de Terralume. Ele juntou aliados, encarou os perigos, passou por sua própria capacidade — moldado pelas mentiras de Kaelthar; como um guerreiro ideal, trazido à vida para abrir o que nenhum demônio ousaria tocar.
Quando Greg e sua turma finalmente alcançaram a masmorra secreta, o escudo reagiu à sua presença. Ao tocá-lo, um eco antigo reverberou pelo mundo. Kaelthar sentiu o despertar do poder. Pela primeira vez em séculos, o laço com os generais exilados tornou-se uma realidade. Eles ainda estavam aprisionados, mas suas consciências estavam agora em movimento, despertando nas profundezas do continente demoníaco.
Kaelthar havia vencido a primeira batalha.
Mas ele não sabia sobre a previsão de alguém.
Um dos sábios, a mil anos atrás, temia que o mal pudesse retornar. Em sigilo, sem contar aos outros, ele selou para dentro do próprio escudo, uma magia oculta, um feitiço invisível para os olhos das trevas. Uma faísca de luz ancestral que se o escudo fosse ativado novamente, atravessaria Avalon como um chamado, preparando novos heróis, impostos pelo destino. No instante em que Greg libertou o poder do escudo, essa magia despertou.
Enquanto Kaelthar planeja a abertura de portais e a libertação das legiões demoníacas, novas forças começam a se elevar. Os corações são tocados pelas mãos do destino. Os sonhos se tornam visões. E o chamado da luz ecoa longe, nos cantos esquecidos do mundo.
As sombras estão renascendo...
Mas com elas também renasce a esperança.
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